quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

rede de mentiras

Depois dos atentados de 11 de setembro, os Estados Unidos vivem em um estado de alerta. Qualquer um com origem árabe é considerado um terrorista e a maior potência do mundo mostrou que é vulnerável. Diversas são as produções baseadas no tema e é difícil um thriller sobre terrorismo não cair no lugar-comum. Infelizmente, o longa de Ridley Scott nada tem para inovar e acaba sendo mais um filme de ação eficiente, mas comum demais.

Primeiro, o tratamento do roteiro escrito por William Monahan (roteirista oscarizado por Os Infiltrados) soa artificial do início ao fim. Embora evolua com a trama aos poucos, o desenvolvimento dos personagens é lento e embaraçoso. O personagem de Russel Crowe saiu prejudicado, surgindo nas telas como apenas mais um chefe arrogante. E é interessante acompanhar no início todas as atitudes de Hoffman (personagem de Crowe) na relação trabalho e família. Enquanto cuida de seus filhos, dá ordens de assassinatos ao telefone com maior normalidade. É uma pena que um personagem com tanto a dizer seja enfraquecido pela produção. O roteiro ainda tenta investir um romance entre o personagem de Leonardo DiCaprio e a personagem de Golshifteh Farahani, fracassando principalmente nesse ponto, já que a relação entre ambos foi praticamente jogada no meio de toda uma trama política sendo desenvolvida.

A força do longa reside em Leonardo DiCaprio. Desde a sua agressividade como Ferris até a sua sensibilidade ao perceber os efeitos da guerra sobre as pessoas, o ator usa o seu talento para mostrar as conseqüências dos agentes em plena guerra contra o terrorismo. Já Russel Crowe pouco tem a fazer já que seu personagem não faz praticamente nada, a não ser comer e ficar sentado dando ordens. Outro grande nome do elenco diz respeito a Mark Strong, que incorpora Hani com segurança e precisão, alcançando o tímbre certo ao não deixar seu personagem cair no clichê do chefe metido.

Ridley Scott também acaba deixando o final ficar covarde e durante tanto tempo de projeção, faz um longa arrastado. A fotografia, embora efciente em muitos dos momentos, cai no maior clichê dos thrillers. Por mais que a intenção do filme seja boa, Scott não conseguiu acrescentar nada de significativo a obra, o que é uma pena se tratando de todo o potencial que a equipe tem.

Rede de Mentiras
Body of Lies, 2008
Direção: Ridley Scott. Roteiro Adaptado: William Monahan. Elenco: Leonardo DiCaprio, Russel Crowe, Mark Strong, Golshifteh Farahani, Oscar Isaac e Alon Abutbul.

4 comentários:

Leo Pinheiro disse...

Desde Blade Runer, Telma & Louise e outros sucessos dos anos 80, estou esperando um filme à altura do início marcante de RS. E esse foi o filme. É realmente muito bom.

É um filme de ação para pensar e não para ver helicóptero explodindo!

Diego Rodrigues disse...

Exatamente isso. Por ser um filme para pensar o roteiro não consegue engrenar. E Ridley Scott acaba acertando exatamente nas cenas de ação. Infelizmente, não é esse a retomada para Ridley Scott, ao meu ver.

Wallace Andrioli Guedes disse...

Olá. Que bom que vc voltou com o blog. Estou com uma novidade importante: meu blog mudou de endereço, agora é http://novascronicas.blogspot.com
Dá uma olhada lá ...
Quanto ao Rede de Mentiras, discordo de vc: gostei bastante do filme e do Crowe, e acho que o Scott, apesar de cometer alguns deslizes (como o romance mal desenvolvido que vc citou), conseguiu fazer um grande filme, se mantendo na boa forma mostrada em O Gângster.
Aliás, lá no blog novo também tem um texto sobre o filme. Fico aguardando sua visita lá.
Abraço !

Carol disse...

adoro os atores desse filme, nao seiii se é bom, mas ta pra filme de DVD

bjaooo http://diariodaminhavida-duda.blogspot.com/