sábado, 1 de agosto de 2009

três filmes atrasados

Dragonball: Evolution, de James Wong
Dragon Ball é um dos mais queridos animes da televisão dos últimos tempos. As tramas, tão oriundas da cultura japonesa, são difíceis de se adaptar ao cinema, principalmente realizados a partir da cultura ocidental. Vou até mais além: o anime não tem motivos para ir às telas grandes. Além de criar uma releitura deplorável para o seriado de Goku e cia., o filme inventa uma fase no maior estilo Smallville para contar a juventude do guerreiro alienígena. Trucidar a história de Dragon Ball é apenas o começo para esse amontoado de besteiras que somos obrigados a ver por 88 minutos seguidos. O roteiro é péssimo, muito parecido com aqueles filmes que não possuem orçamento nem atores conhecidos - o que não é o caso deste aqui -, e além do mais é visível a pressa que os produtores tinham em realizar o longa em virtude da greve dos roteiristas. Justin Chatwin, sempre ruimzinho, é inexpressivo e mal consegue entender o próprio filme em que está atuando. Emmy Rossum precisando de alguns trocados e o personagem Yamcha é um que podia ter ficado de fora que não iria fazer falta - assim como todos os outros coadjuvantes. Quanto a Chow Yun-Fat, como ator veterano que é, realmente sabe o que está fazendo no meio de tanta confusão e se diverte ao máximo. Mas seria bom que da próxima vez, o roteirista Ben Ramsey não só assistisse o seriado e escrevesse algo com nexo. E o pior é que nem dá aquele sentimento nostálgico...

O Equilibrista, de James Marsh
O quanto se mede a paixão de um homem? As enormes barreiras, que antes parecem tão intransponíveis, parecem pequenas aos olhos de Phillipe Petit, um francês equilbrista que sonha em andar por uma corda bamba no alto das duas torres gêmeas. Realizar um documentário sobre um homem que sonh em se equilibrar entre as duas torres do World Trade Center pode ser mais um enche linguiça, à primeira vista. Mas somente durante o processo, percebemos o quanto aquilo era importante para ele, não era para se mostrar perante Nova York e sim realizar um sonho, algo que o faria feliz para o resto de sua vida. Considerado o maior golpe artístico dos últimos tempos, Phillipe Petit - simpático, o francês - não está apenas revelando os detalhes de como eles conseguiram erguer o cabo ou como ele se sentiu bem fazendo aquilo, está mostrando o valor de trabalho e sacrifício para fazer o que sempre quis. O ser-humano vive em uma corda bamba todos os dias, só resta saber se vamos arriscar a ultrapassá-la ou aumentar cada vez mais as enormes barreiras de nossas vidas. Um dos filmes mais bonitos do ano.


Eu Te Amo, Cara, de John Hamburg
Essa nova safra de comédias de Apatow me chama atenção. Sua produtora conseguiu realizar algumas das mais divertidas comédias de besterol dos últimos anos (O Âncora, Superbad, Ressaca de Amor) mas também consegue reunir um elenco sempre afiado. Enquanto alguns não dão muito certo na comédia, outros fazem por merecer e recebem o papel de protagonista. Este é Paul Rudd, sempre presente nas comédias de Apatow como coadjuvante, tem a chance de encarar a comédia finalmente como o protagonista e ganha um reforço de peso. E é admirável que este filme consegue se aproximar facilmente de uma comédia produzida por Apatow, mas aqui tudo é um pouco mais superior - como a dosada das referências à cultura pop. Em vez do elenco de apoio de sempre, aqui tem os ótimos Rashida Jones (das séries de TV The Office e Parks and Recreation), Jon Favreau (diretor de Homem de Ferro e ator de Swingers, Um Duende em Nova York...), J.K. Simmons (Queime Depois de Ler), Andy Samberg (de Hot Road e Saturday Night Live), Jaime Pressly (da série de TV My Name is Earl) e, claro, Jason Segel. Segel, enriquecido pela performance em Ressaca de Amor, aqui administra com inteligência um papel que poderia cair facilmente na mediocridade. Mas não. Segel cria, com uma naturalidade espôntanea, um personagem carismático e divertido, e ao lado de Paul Rudd, cria as melhores cenas do filme. Eu Te Amo, Cara não é uma comédia perfeita, mas é divertida o suficiente para levantar o nosso humor. E não é esse o objetivo de uma comédia, afinal?

5 comentários:

Kamila disse...

Não assisti a nenhum dos três filmes. Porém, quero assistir aos dois últimos, especialmente "O Equilibrista".

Wallace Andrioli Guedes disse...

Só assisti O EQUILIBRISTA. Gostei e tal, achei bonito, envolvente, mas ... não me "pegou" como achei que faria. Acabei achando-o um pouco subestimado.

Gustavo H.R. disse...

Não vi nenhum, Diego, mas nem há de valer a pena perder tempo com esse DRAGON BALL, em especial para quem não é fã.
Já O EQUILIBRISTA, pelo que está escrito, é proveitoso. Nunca tinha ouvido falar no Petit.

Dewonny disse...

Dragon ball é um lixo!
O Equilibrista é ótimo!
O outro ainda ñ vi!
Abs! Diego!

Rafael Carvalho disse...

Bonito mesmo Wallace e surpreendente porque a história dele ganha contornos interessantes pela montagem não linear, as discussões sobre a noção de arte e a intrasnponibilidade dos limites humanos. E Petit é uma figura incrível. Bom mesmo!!!