terça-feira, 7 de abril de 2009

monstros vs. alienígenas: divertido filme B

O mais divertido de fazer animação é ter a capacidade de brincar com diversos gêneros. A Pixar já falou sobre insetos, super-heróis, futuro apocaliptico e até mesmo brinquedos que falam e agem como gente. A animação da vez é Monstros vs. Alienígenas, uma deliciosa aventura que só um estúdio com a criatividade da Pixar poderia criar... Pixar? Monstros vs. Alienígenas é da DreamWorks!

O longa de animação poderia se passar facilmente por um da Pixar pela qualidade que a história é conduzida. Desde Shrek 2 não se via uma animação da DreamWorks tão boa - e digo que até acho esse aqui bate de frente com o ogro. A bola da vez é focar em uma luta entre monstros (como o Elo Perdido ou uma mulher gigante) contra um ambicioso alienígena, cujo objetivo de criar um novo planeta é mais importante do que tirar a vida de gente inocente.

Além de toda a ótima históia a ser contada, os personagens não são esquecidos e dessa vez, tanto os coadjuvantes quanto a protagonista conseguem formar uma química realmente boa o bastante. Mas ele enriquece é mesmo nas referências e nos diálogos. Um dos meus favoritos é "mais uma nave pousando nos Estados Unidos? Eles não têm outro lugar pra pousar, não?" ou quando ainda na reunião discutindo o que fazer uma das moças solta um "moveremos os Estados Unidos para outro planeta". São tão bons que a gente duvida que foi esse estúdio que se aproveita de histórinhas clichês para contar em animações caça-níqueis.

Claro, essa aqui não tem a complexidade dos personagens das animações da Pixar ou os finais bem amarradinhos, nem foge da chance de filme-lição. Talvez peque por isso um pouco, mas e daí? Um filme com referências a Contatos Imediatos de Terceiro Grau, Independece Day e todos os filmes de monstros dos anos 50 já é o suficiente para se tornar delicioso, divertido e principalmente, inovador no gênero.

Monstros Vs. Alienígenas
Monsters Vs. Aliens, 2009
Direção: Rob Letterman e Conrad Vernom. Roteiro Original: Maya Forbes, Wallace Wolodarsky, Rob Letterman, Jonathan Aibel e Glenn Barger. Vozes de: Reese Whiterspoon, Seth Rogen, Hugh Laurie, Will Arnett, Kiefer Sutherland, Rainn Wilson, Stephen Colbert, Paul Rudd e Renée Zellwegger.


* * * * *
E aí pessoal, tudo bem com vocês? Bom, eu mal consigo atualizar meu blogue e eu tenho visto filmes demais. Acontece que eu estou cheio de problemas pessoais e isso de uma maneira ou outra, influencia sobre o que escrevo. Não consigo mais escrever. Eu queria dize aqui no blogue que está tudo numa boa, só que não está. Então, infelizmente, isso vai refletir daqui pra frente - intervalo de tempo maior entre uma atualização e outra. Até a próxima a todos! Ah, fica em baixo aí o Meme Literário, que recebi do Wallace (Crônicas Cinéfilas):

1) Agarrar o livro mais próximo;
2) Abrir na página 161;
3) Procurar a quinta frase completa;
4) Colocar a frase no blog;
5) Repassar para cinco blogs;

Peguei o As Vinhas da Ira, de John Stenbeck. Abrindo na 161 encontrei...

"O senhor precisa descansar".

Nossa, que frase meio profunda não? Enfim, cinco blogs:

Moviola Digital
Filme-pipoca
Império Cinéfilo II
Alta Fidelidade

quinta-feira, 2 de abril de 2009

ele não está tão a fim de você

Dramas ou comédia norte-americanas sobre um grupo de mulheres, cada uma com seus medos, cada uma com seus problemas pessoais, cada uma com seu par romântico, beira tudo a superficialidade. Ainda mais num longa em que o papel do homem é apenas de ser sempre o que ferra com a relação, sempreconfuso com suas responsabilidades ou se tornar extremamente chato quando quer casar e ter uma vida normal. Porém, antes de me ver como uma cara machista ou feminista, vamos analisar detalhadamente as pequenas histórias que compões esta dramédia:

1. Temos a história da garota que não consegue encontrar um homem para ela. Todos os que ela marca encontros, ou não ligam de volta ou simplesmente desaparecem, sem dar notícias. É então que ela encontra um amigo de um antigo cara que ela andou se encontrando. Ele acaba sendo o seu conselheiro, dando todas as dicas de encontros e tudo o mais para ela e os dois acabam tendo uma grande amizade.

2. Jennifer Aniston vive um relacionamento feliz com seu namorado, interpretado por Ben Affleck. Porém, o casal vive com um problema: ele não está a fim de casar. Mas não para fugir de compromisso, e sim por questão de princípios.

Essas duas história aí de cima são as que salvam o longa de ser uma porcaria por completo. Talvez mais pela atuação dos dois casais. Na primeira história, Ginnifer Goodwyn aproveita cada atenção dada a ela na tela, tornando-se de longe a figura mais carismática do filme; enquanto seu parceiro, Justin Long, rouba cada cena em que aparece. Já na segunda história, Jennifer Aniston vive com sua intensidade usual sua personagem, mostrando ser uma ótima atriz - ela realmente precisa escolher projetos mais sérios, é uma atriz muito talentosa. Ben Affleck, seu parceiro de cena, é ofuscado por Aniston. Na verdade, Affleck não sabe atuar. Não vou dizer mais nada além disso, porque o cara é um ótimo escritor e diretor - mas honestamente, por que ele não vai pra trás das câmeras e fica por ali? Continuando com o resto das histórias:

3. Jennifer Conolly tem problemas conjugais e seu marido anda a traindo com a personagem de Scarlett Johansson, Anna que...
4. Não percebe o quanto Conor gosta dela e ele fica correndo atrás dela o filme inteiro.
5. Há também Drew Barrymore. Ela não faz nada, só uma garota que arranjou um espaço para Conor e é amiga de Anna.

Os personagens acima são todos bem mal desenvolvidos. Jennifer Connelly não parece estar confortável em cena; seu companheiro, Bradley Cooper é um ator apenas competente. Enquanto Johansson, só é bonita e continua não sabendo atuar nem ter expressão alguma. Kevin Connoly, o apaixonado por Anna está apenas o.k., mas seu personagem é irritante. E quanto a Drew Barrymore é prejudicada pelo roteiro, que acaba a esquecendo durante quase toda a projeção.

Aliás, o roteiro é muito, mas muito fraco. Ele constrói uma rede de amizades e romances mas não sabe como proceder. Fica perdido logo no início, em que acaba destacando mais uns do que outros, depois retorna as histórias e volta para as outras para tentar finalizar. É uma confusão e que a direção de Ken Kwapis (do idiota Licença Para Casar) não consegue segurar. No mais, dá pra dar umas boas risadinhas de vez em quando e se emocionar com pelo menos duas histórias. Algo que me irritou muito foi a tentativa de "entender a mente masculina" ou a "mente feminina" dando aqueles discursos de como se deve proceder em tal caso ou o por quê do cara estar agindo daquela maneira. É como se todos fossem iguais. Todos os homens canalhas e que não dão a mínima para as mulheres. Mas ainda há alguns caras que prestam, nem todos são desonestos. E nem todas as mulheres estão prontas para firmar compromisso. E assim são as pessoas.

Ele Não Está Tão a Fim de Você
He's Just Not That Into You, 2009
Direção: Ken Kwapis. Roteiro Adaptado: Abby Kohn e Marc Silverstein. Elenco: Scarlett Johansson, Bradley Cooper, Justin Long, Ben Affleck, Jennifer Aniston, Jennifer Connely, Busy Phillips, Drew Barrymore, Kevin Connolly, Ginnifer Goodwin e Kris Kristofferson.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

pagando bem, que mal tem?: pensando bem... que mal tem?

É complicado falar de um diretor como Kevin Smith. Um cara que escreve filmes com referências pops, não tem medo da comédia e dirige direitinho os atores, quase sem pecar. Porém, suas histórias dificilmente me atraem. Embora eu goste bastante de O Balconista e Dogma - o.k., eu tenho uma afinidade com Procura-se Amy e O Balconista 2 - seus projetos são sempre tentativas ambiciosas de fazer referências a Star Wars.

Após o duelo de Star Wars contra O Senhor dos Anéis wem O Balconista 2, suas referências acabam ficando chatas. Quando veio as referências a Star Wars nesta produção, pensei imediatamente: "lá vai o Kevin Smith falando do seu filme preferido de todos os tempos, a gente entendeu o quanto você gosta dele, agora dá pra mostrar um pouco da história?". E isso acontece com praticamente toda a primeira metade de Pagando Bem, Que Mal Tem? Apesar da idéia inventiva do pornô "Piranhas nas Estrelas" - já devem ter milhões de pornôs com "Algo nas Estrelas", mas enfim... - não há nada mais que isso.

E é quando essas referências acabam que Smith fala o que estava tentando dizer desde o início. Na verdade, o mérito todo vai para Seth Rogen e Elizabeth Banks. A química que o casal protagonista tem um com outro é impagável, mostrando naturalmente o amor que já havia entre eles, adormecido por alguma razão, mas que naturalmente vai se revelando a passar do tempo. Os dois se entregam aos seus papéis, ignorando as falhas de roteiro ou a direção se Smith, e eles se saem bem.

Se não fosse pelo casal Rogen-Banks, Pagando Bem, Que Mal Tem? teria sido um desastre por completo. É um filme bastante irregular, mas que em algum hora, você vai acabar dando umas risadinhas. São poucas, muito poucas para o cara que escreveu O Balconista e nem tinha tanto dinheiro assim para fazer algo. Mais um diretor que vai viver pela sombra de um filme por um bom tempo...

Pagando Bem, Que Mal Tem?
Zack and Miri Make a Porno, 2008
Direção e Roteiro Original: Kevin Smith. Elenco: Seth Rogen, Elizabeth Banks, Jason Mewes, Tom Savini, Jeff Anderson, Ricki Mabe, Katie Morgan, Craig Robinson, Traci Lords, Justin Long e Brando Routh.