terça-feira, 11 de agosto de 2009

inimigos públicos

Inimigos Públicos podia muito bem virar um filme no maior estilo gato-e-rato, daqueles cansativos. Onde o gângster corre de um incasável policial durante toda a projeção. Sim, podia, pois Michael Mann não se contenta com esse jogo de gato-e-rato e resolve filmar com classe seu projeto, criando imagens belíssimas, ótimas cenas e uma história de amor que move todo o longa.

Ao passo em que o roteiro peca por não dar espaço o suficiente para Christian bale desenvolver seu personagem (inexpressivo, na hora da entrevista parece mais com um robô do que qualquer outra coisa), a história consegue firmar um relacionamento fortíssimo entre o gângster Johnny Dillinger e Billie. Mas o mérito é dos atores, Johnny Depp e Marion Cotillard, respectivamente. Depp, sóbrio, sem os exageros que seus personagens costumam pedir, constrói seu personagem de maneira adequada. Não é um matador sem coração, e apenas um romântico tentando dar a sua garota tudo o que ela realmente quer, porém seu único erro é justamente o não pensar no amanhã. E mesmo com isso, sua garota ainda o segue com uma crescente dedicação e aí vem o ponto alto do filme: Marion Cotillard. A atriz tem pouco espaço na tela, mas o utiliza sempre da melhor maneira possível, da cena em que os dois se conhecem até a do espancamento (uma das melhores do longa), Cotillard brilha em todos. Apesar de sua fragilidade emocional, Billie vai crescendo aos poucos com Dillinger e a segurança dela vai aumentando, mesmo ciente de todos os riscos.

É notável a relação entre Depp-Cotillard. Tal como a direção de Michael Mann, sempre ágil e coerente com o cenário que ele acaba transformando Inimigos Públicos. Há pelo menos três cenas memoráveis: a segunda fuga da prisão, o tiroteio noturno no bosque e o interrogatório de Billie. Naquele momento, Marion Cotillard dá um pequeno show de interpretação, tal como os ótimos enquadramentos usados por Mann. Inimigos Públicos não é um grande filme, mas não sai da memória tão cedo.

Inimigos Públicos
Public Enemies, 2009
Direção: Michael Mann. Roteiro Adaptado: Ronan Bennett, Michael Mann.e Ann Biderman. Elenco: Johnny Depp, Christian Bale, Marion Cotillard, David Wenham, Christian Stolte, Jason Clarke, Stephen Dorff, Channing Tatum, Rory Cochrane, Branka Katic, Emilie de Ravin, Leelee Sobieski, Stephen Lang, Giovanni Ribisi, Billy Crudup, Bill Camp, John Ortiz, Stephen Graham e Lili Taylor.

9 comentários:

Robson Saldanha disse...

Definitivamente acho que fui um dos poucos que não conseguiu se agradar por completo com este filme, não mesmo. A mim ele não encanta!

Alex Sandro Alves disse...

Até gostei do filme, mas não tanto quanto você Diego. E discordo em relação a Christian Bale. Gostei dele também. As cenas que mais gostei foram as finais (a saída do cinema e Cotillard recebendo a visita do policial). Abs!

taís disse...

Ah, eu já estava louca pra ver, principalmente por causa da minha queda pelo Johnny Depp, haha. Agora que sei que o filme vale a pena, então, melhor ainda!

Catarina Ferreira disse...

Meu Deus, até fiquei com pena do John Dillinger! Principalmente quando ele viu a Billie ser levada pelo FBI...


E adorei a cena quando ele foi preso. O agente Purvis falava com ele e depois perguntou:"E o que o tira do sono?". Eu pensava que ele ia responder algo do género de ter medo de alguma coisa ou por estar apaixonado, mas respondeu:"O café."

Toda a gente se riu na sala de cinema... Passado 15 minutos ainda me estava a rir!

À primeira vista não parece grande coisa, mas só vendo. Se apenas vos disserem que John Dillinger estava apaixonado por Billie que o correspondia e que havia mesmo amor entre eles, não vos parece nada em especial. Mas, sem exageros, quando vi a cara que o Johnny Depp fez para representar O Dillinger quando ela é apanhada e logo depois a chorar... Dali a pouco era eu que chorava.

(mas pode não ser nada, porque ultimamente tenho chorado por tudo e por nada quando vejo alguns filmes, e nunca fui assim)

Bruno Soares disse...

Verei amanhã, como sou fã do Depp, as expectativas tão lá no alto.

Dewonny disse...

Olá Diego!
Tem um selo pra você lá no meu blog blz?
Ah, achei ótimo esse filme, muito bom msm!
Abraço e parabéns!
Diego!

Tiago Ramos disse...

Eu que não sou fã de filmes de títulos do género, encontrei aqui uma excepção que me agradou e surpreendeu bastante. Excelente realização e interpretações.

Rafael Carvalho disse...

Confesso que esperava muito mais por esse filme. O jogo de gato-e-rato foi substituído pela repetição da narrativa. Dilinger é preso, foge, é perseguido, é preso, foge... Senti falta de um roteiro mais consistente e personagens mais bem desenvolvidos. Já tecnicamente, não há do que reclamar, figurinos, direção de arte, fotografia e som são bem bons. E a direção do Mann continua incrível, com um incrível trabalho de câmera próximos aos atores.

Wallace Andrioli Guedes disse...

Um dos filmes do ano...