quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

invictus



Clint Eastwood é um dos diretores mais eficientes que Hollywood mantém atualmente. Seguro, controla os seus atores de uma forma esperta e conduz seus filmes em um bom ritmo. No ano passado, dois filmes seus foram lançados no Brasil: Gran Torino, excelente filme que foi esnobado por muitos; e A Troca, trabalho mediano do diretor que mais parecia uma reportagem do que cinema propriamente dito. O velho caubói não pára. De 2004 para cá, Eastwood lançou ele lançou seis filmes, incluindo Invictus. É uma pena que, na pressa de fazê-los, seus filmes contém mais erros do que deveria.

Inivictus é muito bom. Tem um ritmo próprio, é interessante como o roteiro mistura com eficiência política e esporte sem cair na mesmice e, acima de tudo, conta com uma performance genial de Morgan Freeman como Nelson Mandela (algo já previsível). Mas os erros são muito perceptíveis: há em um determinado momento em que Eastwood coloca flashbacks simultâneos - o que não era necessário na cena, já que somente a atuação de Matt Damon bastava; ou as cenas finais de um dos jogos de Rúgbi, onde há excessos de câmera lenta que geralmente faziam parte dos filmes do gênero nos anos 90.

Algumas cenas são salvas pela atuaçãode Freeman. De um jeito contido, o ator consegue construir um Mandela com elegância aos nossos olhos, conquistando facilmente a simpatia do espectador. Damon, também contido, está apenas correto, dando a impressão de que ele poderia ter feito de seu personagem algo muito mais do que é mostrado no longa - talvez até seja um desmérito do roteiro, quem sabe.

Mas Clint Eastwood é bom o bastante para fazer uma narrativa arrojada, que nunca soa panfletária. A sensação pode não ser dividida com o resto do espectador, já que o passado do presidente sul-africano é abordado da maneira mais discreta possível. E é bom que seja dessa maneira, caso contrário dificilmente  Invictus funcionaria tão bem.

Invictus
2009
Direção: Clint Eastwood. Roteiro Adaptado: Anthony Peckham. Elenco: Morgan Freeman, Matt Damon, Tony Kgoroge, Patrick Mofogeng, Matt Stern, Julian Lewis Jones, Adjoa Andosh, Marguerite Wheatley, Leleti Khumalo, Patrick Lyster, Penny Downie, Sibongile Nojila e Bonnie Henna.

9 comentários:

Unknown disse...

Quero ver o filme. Clint nunca erra!
Abs!

Wallace Andrioli Guedes disse...

Poxa, tô com inveja de ti... tenho muita vontade de ver INVICTUS, ainda que eu ache que não vou gostar tanto... mas se bobear o Clint me leva às lágrimas mais uma vez, como fez em MENINA DE OURO.
E é bom ver que o Freeman volta a entregar uma grande interpretação, já que sua carreira andava meio no piloto automático...

taís disse...

Ah, eu adoro o Clint, *-* e tenho esse filme em casa. Vou ver essa semana com certeza!
E o Morgan Freeman é, digamos, um monstro!

taís disse...

Ah, e sem querer parecer bajuladora, eu PRECISO dizer: sua crítica do Sherlock Holmes humilhou a minha! hahaha e eu pensei a mesma coisa sobre a Irene Adler (desnecessária), mas (não me pergunte porque) não escrevi.

Beeeijo, diego, e obrigada pela experiência que eu roubo do seu blog! ;)

Luis Galvão disse...

Só por ser um Clint autêntico o filme já vale a pena, mas não vou negar que esperava mais do roteiro em si. Acho que se era para fazer um retrato de Mandela, poderia se escolher outra época, não sei, mas o campeonato de Rugby não sintetizou toda a força desse homem

Jenson J, disse...

Diego, tudo bom?

O trailer não me empolgou!
Mais irei ver durante a semana!

Gab Irala disse...

Só tres estrelas? =(
Eu achei quatro! :B
Mas quem sou eu?
Beeeijo

Gustavo HR disse...

Eastwood é um mestre do cinema humanitário, sem frescuras. Mesmo que não arrebate, têm algo a dizer. Espero poder vê-lo no cinema.

Mayara Bastos disse...

Estou muito curiosa pelo filme, por que além de ter profissionais como Clint, Freeman e Damon envolvidos, me identifico muito com a história do Mandela. ;)