quinta-feira, 7 de maio de 2009

X-Men Origens: Wolverine - A Tentativa Frustrada

Wolverine sempre foi um dos personagens mais completos de histórias em quadrinhos. Tinha um arco inicial que sempre culminava com algo de seu passado ou de sua trajetória para se tornar o mutante-chave do segundo longa dos X-Men. Quando apareceu pela primeira vez no grupo comandado pelo professor Charles Xavier, no início dos anos 2000, foi surpreendentemente bem desenvolvido pelo ator, Hugh Jackman.

Jackman, aliás, se divertiu encarnando Wolverine e logo já estava em duas seqüências. Sempre bem recebido por fãs e público, não demorou muito para que ele ganhasse um filme do personagem. O receio que todos tinham, de que a história fosse mal contada, de que não tivessem alguém que desenvolvesse o filme tão bem quanto Synger ou qualquer outro diretor, aconteceu. Dito isso, esse Origens é mais uim filme muito, mas muito mediano de histórias em quadrinhos, um daqueles que não tem absolutamente nada a dizer.

Em primeiro lugar, X-Men: Origens conta com uma montagem extremamente irregular e uma estrutura típica de qualquer filme, o que já se mostra inadequado nos créditos iniciais - aquelas paradas para revelar o nome dos atores é ridícula. Apesar de ser muito interessante ver Victor e Logan passando por entre as guerras, podiam ter desenvolvido um pouco mais a dinâmica entre os dois, já que nem somos apresentados direito aos mutantes que vem logo em seguida.

No elenco, a escolha é eficaz: Hugh Jackman ainda se diverte com Wolverine, mostrando que o personagem e ele se entendem; Ryan Reynolds em uma participação pequena, mas muito boa revela-se um dos personagens mais interessantes do filme - e que sempre foi um dos meus favoritos dos quadrinhos: Wade; Dominic Monaghan é prejudicado pelo roteiro; enquanto Will.i.am não tem o por que de estar ali; e Danny Houston faz um vilão de calibre tão ameaçador e complexo quanto o de Bryan Cox no X-Men 2. E Taylor Kitsch é um dos personagens mais legais do filme.

Enquanto isso, Liev Shcreiber fica como o destaque do longa. O vilão Dentes-de-Sabre ganhou finalmente uma versão digna de reconhecimento. Um personagem tão complexo que mereceu cada tempo na tela que ganhou, também graças a Schreiber que aproveitava cada minuto de projeção.

A direção de Gavin Hood também não ajudou muito. As lutas são artificiais e os efeitos bem mal-acabados. Além do mais, o principal problema é mesmo o roteiro, escrito a duas mãos. Se tivesse sido estruturado de uma maneira melhor, poderia ter dado continuidade a uma saga tão ou mais elaborada quanto a trilogia X-Men nos cinemas. Wolverine não ganhou uma versão muito justa para o cinema, mas ele tem todas as qualidades nos filmes do X-Men, e é assim que deve permanecer por enquanto.

X-Men Origens: Wolverine
X-Men Origins: Wolverine, 2009
Direção: Gavin Hood. Roteiro Adaptado: David Benioff. Elenco: Hugh Jackman, Liev Schreiber, Danny Houston, Ryan Reynolds, Dominic Monaghan, Will.i.am, Kevin Durand, Taylor Kitsch, Lynn Collins, Daniel Henney, Tim Pocock, Troye Sivan, Michael-James Olsen e Patrick Stewart.

3 comentários:

Wallace Andrioli Guedes disse...

Acho o filme absolutamente lamentável, a única coisa realmente boa é mesmo o Dentes-de-Sabre do Liev Schreiber. Nos faz lamentar que Bryan Singer não tenha enxergado o personagem da forma como ele aparece aqui.

Hugo Leonardo disse...

Quero assistir muito este, creio que vou gostar.

Anderson Siqueira disse...

Efeitos visuais alternados. Erros de continuidade. Tomadas alternadas, mas corajosas. Boa edição, som e película. Boa estrutura narrativa. Um filme que atendeu muito bem as expectativas e o que foi proposto: entretenimento e show.

NOTA (0 a 5): 3,5
***