sexta-feira, 2 de outubro de 2009

deixa ela entrar


Deixa Ela Entrar é mais um drama sobre vampiros, no momento em que o assunto está cada vez mais crescente em filmes, televisão e livrarias. Apesar de ser mais um entre vários, a produção sueca se destaca dentre as outras por apresentar uma história simplesmente arrebatadora, apresentando um romance que Crepúsculo quis ser e não conseguiu - carismático e corajoso.

A história, à primeira vista, é típica: Oskar é um garoto de 12 anos é perseguido na escola, sendo alvo de piadinhas e risadas, conhece a sua vizinha, Eli, que lhe dá atenção e se apaixona. Tudo muito comum, se Eli não fosse uma vampira e matasse pessoas para se alimentar de sangue, sendo constantemente perseguida pelas pessoas - motivo que a faz mudar de casa quase sempre. Ambos se apaixonam, e ao decorrer do filme, vemos os dois com a isegurança, a emoção e as dúvidas de duas crianças comuns - ou quase comuns.

Os dois garotos, interpretados com força pelos jovens Kåre Hedebrant e Lina Leandersson - respectivamente, Oskar e Eli - por mais deslocados que estejam na sociedade, acabam nos conquistando em cada cena. Sem maquineísmo, o diretor Tomas Alfredson não poupa as crianças, nem pretende conquistar o espectador. Eli é uma pequena assassina, que mata sem pudor as pessoas para se alimentar; enquanto Oskar não hesita em atacar um de seus perseguidores com um bastão, deixando-o surdo de um lado.

Em boa parte do filme vemos Eli com a boca ensanguentada, podemos vê-la se alimentando e a câmera quase sempre estática só ajuda ainda mais a experiência. Tomas Alfredson não quer deixar o longa com um ritmo mais acelerado, a câmera é sempre movimentada com leveza, dando até um certo tom poético a Deixa Ela Entrar. Destaque para o maravilhoso plano-sequencia da pisicina, uma das cenas mais bem realizadas neste ano.

Deixa Ela Entrar é uma grata surpresa, misturando com delicadeza um dos temas mais discutidos hoje em dia. Uma pequena pérola, com seu próprio ritmo, um filme que dá espaço para construir uma relação cuidadosamente, sem pressa. Porque afinal de contas, Deixa Ela Entrar não é apenas um belo exemplar do gênero fantástico, mas uma bela história de amor. São apenas duas crianças descobrindo como é amar pela primeira vez. Puro, ingênuo e feliz.


Deixa Ela Entrar
Låt den rätte komma in, 2008
Direção: Tomas Alfredson. Roteiro Adaptado:
John Ajvide Lindqvist. Elenco: Kåre Hedebrant, Lina Leandersson, Per Hagnar, Henrik Dahl, Karin Bergquist, Peter Carlberg, Ika Nord, Mikael Rahm, Karl-Robert Lindgren, Anders T. Peedu, Pale Olofsson, Cayetano Ruiz, Patrik Rydmark, Johan Sömnes e Mikael Erhardsson.

7 comentários:

Tiago Ramos disse...

Este filme é a surpresa no meio da moda de vampiros. É original, sem apelar ao melodrama como outros. Fantástico!!

Wallace Andrioli Guedes disse...

Morrendo de vontade de ver esse filme. Ao lado de Sede de Sangue, do Chan Wook Park, me parece ser um dos grandes filmes de vampiro dos últimos tempos. Sede de Sangue eu assisto nesse domingo. Mas Deixa Ela Entrar só deus sabe...

Dewonny disse...

Belo filme, assisti no início do ano, e gostei bastante, havia comentado no meu blog tbm, umas das grandes surpresas do gênero dos últimos tempos. nota 8.5!
Abs! Diego!

Gustavo disse...

Não sei se o filme é tão ingênuo assim, mas tens toda a razão ao dizer que é uma grata surpresa. Inesquecível, para dizer a verdade.

Vinícius P. disse...

Cada vez mais curioso em relação a esse filme!

Alex Gonçalves disse...

Diego, não gostei tanto assim do filme, mas não acho que ele se trata somente de uma história de duas crianças descobrindo o amor. Para falar a verdade, o filme está longe de ser um romance, embora essa seja a definição dada por muitas pessoas. Se você refletir melhor, a Eli pode ter se aproximado de Oskar por interesses muito mais obscuros.

Rafael Carvalho disse...

Esse filme é agradabilíssimo. Um trabalho de sutileza fora do comum, e ainda vem no formato de filme de vampiro, mas longe de clacissismos. E aquele trabalho de som é soberbo. Devo escrever alguma coisa pro blog logo, logo.