terça-feira, 4 de agosto de 2009

sessão retrô: os saltimbancos trapalhões

Eu estava vendo os comentários dos filmes no blog e percebi que comentei apenas quatro produções nacionais em todo o tempo que tenho o Cinemania. Sendo desses, apenas um que eu achei realmente bom (o documentário Estamira). Então, decidi ampliar um pouco os longas brasileiro na sessão retrô, uma ótima oportunidade para falar de um longa que marcou a infância de muita gente dos anos 80 e dos anos 90 - e se a sessão da tarde ainda passasse, quem sabe dos anos 2000 também? Estou falando dos Saltimbancos Trapalhões, o melhor filme dos Trapalhões, a trupe comandada por Renato Aragão.

Fiquei surpreso ao me dar conta que o filme não envelheceu. Os temas que a produção bate a tecla são recorrentes nos tempos atuais, tanto que é admirável perceber que a mente das pessoas não mudaram nada dos anos 80 até o dia de hoje - e a cena em que os Trapalhões vão pedir um pouco de dinheiro ao Barão é divertídissima. São temas sociais como a exploração do trabalhador, a ingenuidade de alguns e a quando o dinheiro move as pessoas a tal ponto em que as pessoas não são nada do que meros burros de carga. Um tema óbvio, mas que para um filme de comédia soa um tanto irônico. Afinal, divertir-se a custa de tudo isso, sem torná-lo um drama qualquer ou algo do gênero é mais uma marca dos Trapalhões.

Um outro ponto a se observar é a diferença entre o elenco: Didi encarna o protagonista, sempre que pode tenta roubar um pouco mais a cena, mas não chega a trapalhar; Dedé é o mais prejudicado em questão de tempo, já que Mussum e Zacarias fazem a dupla mais divertida dos Trapalhões e nesse filme não é diferente - são os dois que têm as melhores piadas e que fazem tanto as gags físicas fazerem efeito. Como o elenco secundário quase não é muito importante nos filmes dos Trapalhões, apenas Lucinha Lins se destaca como uma mocinha diferente e não se importa em participar das palhaçadas que o grupo arranja. Os outros atores estão bem, mesmo caricatos - e não há muito o que exigir do elenco, já que o que realmente importa são mesmos os quatro saltimbancos.

Mas há outro elemento que faz o filme muito mais do que ele aparenta: sua música. Compostas por Chico Buarque - que também escreve a peça que o filme é baseado -, Sérgio Bardotti e Luiz Bacalov, as seqüências musicais são bem conduzidas por J.B. Tanko - com destaque para Hollywood, na voz de Lucinha Lins. Seja como for, os Trapalhões sempre divertiram o público brasileiro, seja na televisão ou no cinema. E mesmo que as famosas gags físicas não tem mais graça, o humor inocente de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias cativam e, com o carisma de seus personagens, não precisam apelar. Só isso já é de bom tamanho para dar vida longa aos filmes desses quatro.

Os Saltimbancos Trapalhões
Idem, 1981
Direção: J.B. Tanko. Roteiro Adaptado: J.B. Tanko e Gilvan Pereira. Elenco: Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum, Zacarias, Lucinha Lins, Eduardo Conde, Mário Cardoso, Mila Moreira, Paulo Fortes e Ivan Lins.

A Sessão Retrô vai passar a analisar algumas pérolas que marcaram gerações. Toda a semana. São filmes que marcaram infâncias, influenciaram uma geração ou que tem uma enorme importância para o cinema. Anteriormente:

Os Goonies

5 comentários:

Unknown disse...

Oi Diego! Esse filme guardo com muito carinho na lembrança de infância. Muito divertido! abs.

O Cara da Locadora disse...

É um filme muito legal com a trilha sonora inquestionavel... Mas sabe um filme deles que eu gosto MUITO? Princesa Xuxa e os Trapalhões, que satiriza Star Wars... é ÓTIMO...

Abraços...

Marton Olympio disse...

Acho que este foi o segundo melhgor filme dos trapalhões, tanto em termos de roteiro quanto produção e atuações.
O Trapalhão no Auto da Copadecida é o must.
Tão bom que foi fracasso de bilheteria. :)

Dewonny disse...

Quando era moleque eu via direto na tv esses filmes dos trapalhões, adorava demais, hj em dia ñ sei se o impacto seria o msm!
Abs! Diego!

Rafael Carvalho disse...

Nossa, esse é classico insuperável, mas só tenho lembranças pela Sessão da Tarde. Mas com certeza, marcou uma geração.