terça-feira, 12 de agosto de 2008

A Felicidade Não se Compra

Por que será que existimos? Será que pra nós, estar vivo é ser feliz? Será que isso basta? Perseguimos a nossa tão sonhada felicidade ou ajudar para que outros a achem?

Recentemente, eu vi mais uma vez A Felicidade Não se Compra. É um filme tão, mas tão belo que é impossível de não mencionar todas as qualidades que ele possui. Para começar, Frank Capra é um diretor que sabe contar as mais diversas histórias, também procura se preocupar com a estética e com o elenco, dirigindo assim, filmes que são verdadeiros exemplos da linguagem cinematográfica.

Nesta grande questão entre perseguir os sonhos ou ajudar os outros, Frank Capra acaba não tocando na espinha dorsal da sociedade, mas em colocar situações tão cotidianas e personagens tão caricatos que consegue render uma combinação perfeita. George Bailey, o mocinho, o bonzinho da história. Aquele que, quando garoto, entrou na água gelada para salvar o irmão, e como conseqüência ficou surdo do lado esquerdo; o homem que, quando garoto, levou umas boas bofetadas do chefe, porém acabou salvando tanto a vida dele quanto a vida de uma outra mulher; o homem que preferiu ficar na cidade e ajudar as pessoas da cidade, ao invés de cursar a faculdade que tanto sonhara; o homem que construiu um conjunto de casas para ajudar as pessoas que tinham necessidades, ao invés de usar o dinheiro para sair da cidade e perseguir seus sonhos. Tem também o vilão, Henry Potter. Aquele que não se importa com as pessoas e que só quer o dinheiro de todos; aquele que ignorou a morte do pai de George e queria comprar o banco a todo o custo; o odiado de Bedford Falls.

Além dos outros personagens, é claro, como o amigo taxista, a esposa certinha e apaixonada, a mãe que quer casar o filho, o irmão caçula. Podia ser uma obra comum, se não entrasse um personagem, o Anjo Clarence. Esta obra, baseada na estória de Philip Van Doren Stern, poderia funcionar tão mal com personagens que, a primeira vista, são tão estereotipados. Mas pelo contrário, funciona maravilhosamente bem. Talvez porque, no final, só uma coisa importa, como o título original diz, é uma vida maravilhosa.

Você já imaginou como seriam as nossas vidas se não tivéssemos nascidos? Seria melhor ou pior? Talvez George Bailey tenha achado a sua luz no fim do túnel, a esperança de que ele tanto procurava. E quanto a nós, continuamos a procurar por uma razão, um sentido em nossa existência.


It's a Wonderful Life, EUA, 1946, dir.: Frank Capra. Com: James Stewart, Donna Reed, Lionel Barrymore, Thomas Mitchell e Henry Travers.

13 comentários:

mano maya kosha disse...

não conhecia o blog, curto muitíssimo cinema, mas não sou muito ligado a clássicos, com certeza voltarei sempre, adoro a vertente crítica desta área

Erich Pontoldio disse...

Te indico " Quem somos nós ".
Filme fantástico para dar mais valor a vida.

ED CAVALCANTE disse...

O INÍCIO DO SEU TEXTO ME LEMBROU A CANÇÃO "CAJUÍNA", QUE CAETANO VELOSO COPÔS PARA TORQUARTO NETO - "EXISTIRMOS A QUE SERÁ QUE SE DESTINA?". ESSE FILME EU NÃO CONHEÇO, É UM CLASSICO, SEI, MAS NUNCA VI!

Everaldo Ygor disse...

Olá...
Um belo filme, e um ótimo Post, vou rever essa pelicula, bela recordação...
Abraços
Everaldo Ygor
http://outrasandancas.blogspot.com/
"Garganta"

Anônimo disse...

Nossa, adoro cinema e seu blog é bem legal mesmo.
Quanto ao post, voce tem toda razão. Continuamos na busca.

http://blogadois.blogspot.com/
cinemacombolinho.wordpress.com

A Tríade disse...

Adorei o intuito do blog. É mais uma opção de dicas e críticas sobre os filmes. Boa sorte.

Beijo,

Larissa Barreto

Anônimo disse...

Pela sinopse o filme não diz muito, mas pela descrição deu curiosidade para assistí-lo^^

abraços.

Marcos Vinícius Almeida disse...

Acho que questao fundamental naum eh porque existismo... porque afinal de contas estamosa qui e tesmo que viver... a questao se complica quando indagmos: COMO existimos?
Seus textos sao realemnte muito bons Diego... instigam a curiosidade e predem atencao...

Edu França disse...

Diego essa sua preocupação com a origem é interessante, mas não vou por aí e não ligo muito, vivo e vegeto comom um xuxu e no intervalo vou vivendo delícias kkkkkkkkkkkkkk abraços

ROBINSON ROGÉRIO disse...

vlw diego pela opinião sincera.
gosto gosto,nah gosto mto xega e diz.
bah gostei do post sobre o novo filme do tarantino,q eu adoro.

Ane disse...

O filme parece ser bom...

Acho que damos um certo sentido para as pessoas ao nosso redor por existirmos. Não seria melhor nem pior nossa ausência, apenas incompleta.

arash gitzcam disse...

Geralmente a nossa felicidade é conciliável com a felicidade dos outros.

Anônimo disse...

Parabéns, Diego.
O blog é bom, e, bem intencionado.
Não quero criticar e, muito menos, julgar alguém, mas, é preciso dizer a verdade.
Este filme foi realizado na década de 40. Portanto, os argumentos e a maneira de pensar dos artistas, escritores e, a maioria dos cidadãos eram bem diferentes dos atuais. Para aqueles que possuem, mesmo razoável, alguns ensinamentos da religião cristã, terão mais facilidade para compreender a mensagem íntima do filme. Aliás, apenas um dos comentários postados se aproximou bem da realidade do filme.
Infelizmente, o espaço aqui é curto para explicar com detalhes os objetivos do Diretor F.Capra. O filme tenta mostrar a insegurança do ser humano em razão da falta de conhecimentos espirituais.