sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Filmes vistos ou revistos recentemente

Adeus, Lenin!


Foi a segunda vez que assisti a este filme. E pela segunda vez, um sentimento bom me tomou. Um sentimento de felicidade. Eu estava vendo um dos filmes que, para mim, é um dos melhores dessa década de 2000. Um filme que, para mim, é praticamente completo. A fotografia é simples, mas cumpre o que o filme necessita, sem exageros nem mais aprofundamento. A direção de Wolfganger Becker é completa. Tanto com os atores, quanto na técnica e, principalmente, nos momentos dramáticos. É nesses em que ele nunca deixa cair seu filme no melodrama, sempre se contendo, talvez este seja o maior mérito dessa produção, afinal, com todo o material, é muito fácil deixar um longa como esse sair de controle e ir para as choradeiras. Ajudando ainda o diretor – que também ajudou a escrever o roteiro – temos o ótimo elenco. Daniel Brühl, em seu melhor papel, tem um desempenho adorável nesse filme. No início, não podemos saber muita coisa dele, só que ele entra em uma marcha de protesto e, naquele caso, é preso. Porém, vê a sua mãe cair no solo alemão e nada pode fazer. Depois, ele vira um cara batalhador, já que os mundos – capitalista e socialista – acabam se unindo, desde a queda do Muro de Berlim. Mesmo quando reprova as atitudes da irmã, a química entre os dois não afunda. Muito pelo contrário, tanto Brühl quanto Maria Simon têm consciência do relacionamento fraterno e, mesmo que os dois discutam ás vezes, eles parecem justamente como irmãos mesmo – e não aqueles relacionamentos dos filmes. Os dois nunca parecem brigar, brigar, brigar e nas últimas cenas, descobrir que um ama o outro. O filme foge desse tema rotineiro. Becker está certo de que o relacionamento dos dois é fundamental, ainda mais para o que vem em seguida, que é a hospedagem da mãe deles na casa. Quando ela volta do coma, os personagens de Brühl e Maria têm que esconder tudo que for capitalista da casa deles, e re-imaginar a Alemanha socialista.

O filme possui um enorme peso dramático. E mesmo assim, Becker conseguiu contornar tudo, principalmente as cenas finais, para nos contar uma bela e até mesmo divertida fábula de família, da união e dos sacrifícios, dos erros e do perdão e, principalmente, dos atos, que mais simples que sejam, podem significar muito.



Goodbye, Lenin!, Alemanha, 2003, dir.: Wolfaganger Becker. Com: Daniel Brühl, Katrina Sab, Maria Simon, Chulpan Khamatova e Florian Lukas.

O Diário de uma Babá

O filme estreou esse ano nos cinemas. Não li sobre ele na época. Nem ninguém me indicou. Ele passou tão apago nos cinemas brasileiros, e até dá pra entender o porque. Quem viu, com certeza não vai indicar. Não teria muito falatório. É só mais um filmezinho bem ruim que tenta resgatar as dinâmicas entre babá e crianças, tentando ser um A Noviça Rebelde, Mary Poppins ou Uma Babá Quase Perfeita. Contratando elenco de peso, como Scarlett Johansson, Laura Linney e Paul Giamatti – eu não vou classificar Alicia Keys nem Chris Evans como elenco de peso, ta -, o filme tenta desesperadamente dizer: “vejam, é emocionante o modo como a personagem e o gurizinho estão se relacionando”. Ou melhor; “olhem, o pai do gurizinho não presta, ele é um monstro”. Até podia mencionar: “sim, aquele cara é o bonitão que toda garota sonha, e ele não vai desistir da babá. Ele a ama!”. Sério. Mas eu tenho que admitir que sim, há algumas cenas que safam o filme de ser um desastre. São aquelas em que o garotinho Nicholas Art está presente. Como as primeiras tentativas de comunicação com a babá, e todo o carisma que o garotinho demonstra. Se não fosse por ele, realmente, o filme estaria perdido.



The Nanny Diaries, EUA, 2007, dir.: Shari Springer Berman e Robert Pulcini. Com: Scarlett Johansson, Laura Linney, Donna Murphy, Alicia Keys, Chris Evans, Nicholas Art e Paul Giamatti.

Sou Feia, Mas Tô na Moda

Poe um lado, eu fico feliz de ter visto este documentário. Eu gosto de quando o Brasil investe em Cinema, e cada filme que vejo, por mais falho que seja, é interessante por estar vindo de um país que o Cinema nunca foi o forte. E isso é excelente.

Por um outro, fico bastante descontente com o documentário. Ele é bem irregular, mas ainda assim conta com personagens que, sim, são interessantes. Só que, alguns simplesmente aparecem e falam e falam, mas não tem absolutamente nada a dizer e o filme tem apenas uma hora de duração. O roteiro e a direção, ambos de Denise Garcia, é incompleto. Falta muita coisa. E a fotografia é ruim. São zooms que não precisam e tentativa de planos que ficam feios quando vistos na tela. O que salva o filme mesmo são as pessoas que vemos na tela. Dj Marlboro é um dos que se destacam, tal como o Mc Catra. Para quem quiser conferir um pouco mais sobre o funk, é uma boa pedida. Mas como exemplar cinematográfico, dá pra escapar.



Brasil, 2005, dir.: Denise Garcia.

P.S: Sobre o adiamento de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, achei ruim a decisão da Warner. A explicação foi para tapar o buraco na programação de julho de 2009, já que não há nenhum grande lançamento para o período. Não gostei pelo fato de que já estava tudo programado, estava todo mundo contente, aí acontece uma coisa dessas. Bem que eu estava achando estranho a fraca campanha de divulgação do filme. Fora o trailer teaser, o que mais a gente viu? Algumas poucas fotos que vazaram na internet e o que mais? Bom, ao menos o espaço vai ser mais curto entre o sexto filme e o sétimo.

5 comentários:

Anônimo disse...

Belas resenhas! Entre esses três, escolho o primeiro com uns dez pontos a mais. "Adeus Lênin" é um estilo que me agrada e acrescenta bastante, já os outros dois não assisti mas penso que não iria gostar muito. É claro que cinema é coisa séria, a cada filme saio do cinema como uma pessoa transformada e ainda conhecendo mais de mim =)

bjos

Cientista louco disse...

muito obrigado Diego pela sua visita no leorama espero que vc volte em breve abraços

Equipe Leorama

Skyz disse...

Salve, Diego!
Obrigado por atender a chamada. Estou fechado o time de colaboradores para que o blog comece a funcionar até o fim do mês.

Vou dar uma lida nos textos aqui do seu blog, e depois entro em contato contigo.

Eu estou fazendo uns testes de layout no http://www.neoconcreto.com , se puder, me mande um texto para eu ver como ele ficaria quando publicado. O texto deve ter em média 400 palavras,um pouco mais ou um pouco menos.
Envie para o meu e-mail: niltondefreitas@gmail.com

Um abraço.

Joyce Gonçalves Carpes da Silva disse...

Agora fiquei triste... não vi nenhum deles =/

http://barulhodospensamentos.blogspot.com/

Luiz Carlos disse...

Sempre tive muita vontade de assistir Adeus, Lenin. Desde que lançou em DVD a um bom tempo.
agora fiquei com mais vontade ainda, vou ver se acho pra alugar esse fim de semana :]

Abraço