quinta-feira, 27 de agosto de 2009

sessão retrô: música

A década de 1960 foi uma década forte no que diz respeito aos movimentos culturais. Foram os anos de Woodstock, o famoso "sexo, drogas e rock'n roll". Ang Lee está lançando a sua comédia, Taking Woodstock, que chega por aqui em 18 de setembro ainda este ano, sobre o festival. Decidi fazer auma sessão retrô sobre alguns filmes sobre música. Na primeira parte, alguns filmes sobre os anos 60 - e de preferência, que tenha alguma relação com a cultura da época.

Não Estou Lá, de Todd Haynes (2007)


Eu pensei em colocar este aqui quando eu falasse nas biografias, mas não consegui. Além de ser a biografia de um dos maiores nomes da década, o cantor Bob Dylan, também consegue ser um retrato quase documental sobre a mentalidade dos jovens na época - prova disso é quando a Dylan interpretada por Cate Blanchett apresenta um rocksinho em uma feira, ao invés de suas canções-protesto, e é vaiada. O filme fala sobre 6 fases da vida de Dylan, cada uma conta com um ator diferente. Todos ótimos. Desde o garoto Marcus Carl Franklin até o Dylan de Richard Gere, passando por Ben Whishaw, Heath Ledger, Christian Bale e Cate Blanchett. Todos perfeitos. O único problema é você gostar ou não da montagem, que contou com uma ousadia brilhante de Todd Haynes, é como se ele fizesse aqui um estilo meio undergroud - experimentasse algo novo. É uma cine-biografia completamente diferente das que estamos acostumados a ver: seis atores interpretam Bob Dylan em seis fases diferentes, nenhum chama-se Bob. As histórias são independentes entre si, algumas coloridas e algumas preto-e-branco, algumas não tem uma resolução completa, dando espaço para outras. E mesmo assim, é brilhante. E, claro, conta com as músicas de Bob Dylan em sua melhor fase.

Os Reis do Iê Iê Iê, de Richard Lester (1964)


A estreia dos Beatles nos cinemas não foi uma excelência, mas foi divertida. Imagine em 1964 assistir John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison na tela grande. A Beatlemania no seu auge, todos correndo ao cinema, ingressos e salas esgotadas. Que os Beatles são uma clara influência para a música, isso não é novidade. Em uma década em que todos falavam de revoltas - Rolling Stones falavam: "vamos pintar tudo de preto' - quatro caras de Liverpool cantavam sobre amor e cotidiano. Em Os Reis do Iê Iê Iê acompanhamos um dia na vida dos Beatles. Um dia acompanhando a arrogância divertida de Lennon, a simpatia de Paul, a feiura de George e a curiosidade de Ringo, e o resultado sai positivo. Só é uma pena que em determinados momentos o filme precisa urgentemente fazer uma espécie de propaganda para os Beatles, sendo que eles não precisavam disso. Mas a figura do velhinho interpretado por Wilfrid Brambell salva a maior parte do filme.

Sem Destino, de Dennis Hopper (1969)


Sem Destino, o famoso filme Easy Rider, é o filme que sintetiza toda a rebeldia dos anos 60. Um dos maiores íones da contra-cultura da década, o longa de 1969, mostra toda a intolerância da sociedade norte-americana da época, além de ajudar a construir a imagem do motoqueiro que tanto já vimos em filmes: o cara com o casaco de couro, ao som de "Born to be Wild". Mas o filme vai além: movimentos hippies espalhados em todo o canto, uma trilha composta por Jimi Hendrix, Steppenwof e The Byrds, entre outros nomes. É puro "sexo, drogas e rock'n roll" durante toda a projeção. Além disso, tem o primeiro papel que Jack Nicholson foi indicado ao Oscar, a sua primeira grande atuação. Dennis Hopper dirige e estrela, ao lado de Peter Fonda, este filme que anos mais tarde traria consigo o título de cult.

Próximas atrações: Ray, The Doors, Tommy, Quase Famosos, This is Spinal Tag e até Escola de Rock, entre outros.

A Sessão Retrô vai passar a analisar algumas pérolas que marcaram gerações. Toda a semana. São filmes que marcaram infâncias, influenciaram uma geração ou que tem uma enorme importância para o cinema. Anteriormente:

Os Goonies
Os Saltimbancos Trapalhões
Clube da Luta

3 comentários:

Gustavo H.R. disse...

Amo muito tudo isso, mas infelizmente não vi nenhum dos três filmes resenhados, cada qual indispensável à sua maneira, apesar de ter o DVD importado do Haynes.

E vão lançar o doc WOODSTOCK em DVD, outro imperdível!

Dewonny disse...

Vi os 3 filmes, Sem Destino é o meu favorito!
Muito boa todas as trilhas!
Abs! Diego!

Rafael Carvalho disse...

Bem, não vi os dois últimos e não sou dos maiores fãs de Bob Dylan; na verdade, conheço pouco da obra dele, então Não Estou Lá para mim é muito vago às vezes, muita coisa se perde. Mas confesso que acho genial a ideia de desdobrar o cantor e compositor em várias facetas, interpretados por atores diferentes, todos muito bons. A trilha sonora não podia ser ruim, nunca!