domingo, 14 de dezembro de 2008

post natalino #1 - o expresso mágico

Até os dez, onze anos de idade, o natal era sempre visto como uma verdadeira festa de alegria para mim. Não tenho certeza de que era por causa dos presentes, ou porque as famílias eram mais unidas naquela época, o fato é que eu sempre tinha a magia do natal. Quando começamos o processo de amadurecimento, as festas comemorativas vão ficando cada vez mais cansativas, apenas comuns. Estamos tão presos ao pensamento de que o ano vai logo acabar e que mais um ano está sendo deixado para trás que começamos a ficar covardes.

Ora, se por um lado toda aquela atucanação está acabando - estudar ou trabalhar, dormir, estudar ou trabalhar, dormir... - começamos a temer pelas cenas que atuamos no ano que se passou. Todos aqueles personagens, os queridos colegas de trabalho, as reuniõesinhas com os amigos que pensávamos que ia durar para sempre, tudo parece estar chegando ao fim. Algumas amizades não duram o quanto pensávamos que ia durar, as pessoas começam a se afastar uma da outra, não por motivos pessoais, mas por necessidade. Cada um vai seguindo a sua vida. O natal vai ficando cada vez mais chato. As vinhetas da televisão irrira; o homem vestido de papai-noel no shopping é um imbecil; as decorações de natal são dispensáveis; do dia 25 até o dia 31 são só alguns dias e depois adeus ano velho. O natal é só mais uma contagem regressiva para um ano novo.

Todos sabem que o natal é mais que isso. Não é só é a data do nascimento da figura mais importante do catocilismo ou um feriado. É muito mais do que isso. É o dia da união. O dia em que damos feliz natal até para aquele vizinho irritante que rouba as vagas do estacionamento dos outros, o dia em que damos presente às crianças e vemos o sorriso em seus rostos. É a data mais especial do ano. É impossível não se deslumbrar, nas vésperas do natal, com as casas enfeitadas pela noite, as árvores com guizos ou os presentes debaixo delas. Eu estava possuído pelo pensamento arrebatador que daqui a pouco eu prestarei vestibular e que meus passos para meu futuro irão depender apenas dele. Porém, foi no dia 13 de dezembro de 2008 em uma visita da casa da minha namorada que a magia do natal foi aos poucos me ganhando de novo.

Ao assistir novamente o filme O Expresso Polar, não me conti e todo aquele espírito natalino voltou. Talvez o natal seja mesmo o marco do final de um ano. Para uns, um ano conturbado e repleto de tristezas. Para outros, o ano foi maravilhoso, repleto de acontecimentos inusitado. E ainda teve aqueles que o único ponto positivo foi ter se apaixonado ainda mais pela pessoa amada ou apenas ter retomado a amizade com aqueles que já admirava. Não importa qual seja a situação, se você simplesmente acreditar no natal, no próximo ano tudo será ainda melhor.

* * * * * * *

Já que estamos nessa incrível nostalgia natalina, vou publicar também aqui um vídeo com a canção final do filme O Expresso Polar. Uma bela canção - e uma das minhas favoritas - dos últimos anos. Believe, de Josh Groban. Traduzi apenas o refrão, para não ficar enorme o post:

Acredite no que o seu coração está dizendo
Escute a melodia que está tocando
Não há tempo a perder
Há muito a celebrar
Acredite no que está dentro de você
E dê aos seus sonhos asas para voar
Você tem tudo que precisa
Se você acreditar



8 comentários:

Anônimo disse...

o natal pra mim é só ganhar presentes, na verdade todo ano o natal é a mesma coisa.
Num vejo nada de interessante.

;O

Gisela Melloso disse...

Penso como vc o Natal não é mais uma data comemorativa chata, ou um feriado... Ele é bem mais que isso!! Sobre o filme, eu adoro, vejo sempre que posso, ainda não consegui pega-lo em nenhuma programação em canais de filme, mas acho ele lindo e mostra bem isso de sentir oo que o Natal transmite. A canção é linda!!!

Adoro seu blog parabéns!!

Leonardo A. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Leonardo A. disse...

Bem, achei interessante sua abordagem. Mas discordo de alguns fatos. Porém, antes de apresentar os pontos nos quais discordo, queria dizer que você escreve muito bem e que se eu não tivesse aversão ao capitalismo e detestasse o que o comércio faz com festas que deveriam ser religiosas, eu me deixaria influenciar (e talvez até ficar emocionado) por todo o sentimentalismo que você expressou.
Eu apenas discordo com o fato das pessoas terem data marcada para serem boas, para sorrirem à todos, para darem presentes, para serem felizes. Isso deveria ocorrer todos os anos. Até porque as crianças de rua que recebem comida de algumas organizações durante o natal sentem fome o ano inteiro, e não só nesse período.
E, em segundo lugar, creio que o natal perdeu muito do seu espírito original. Se é pra celebrar o nascimento de Cristo, pra que serve todas essas simbologias que não têm nada em comum com o Cristianismo? E o pior, os comerciantes enriquecem mais ainda aproveitando-se dessa festa. Lembrando que a própria organização religiosa adepta do natal condenava o lucro (ao menos dos outros).
Bem, exceto por isso, gostei muito da forma como você elabrou o texto e do subjetivismo presente próximo ao fim, quando você fala sobre o filme "O Expresso Polar".

Diego Rodrigues disse...

Em primeiro lugar, obrigado pelos elogios pelo texto. Significa muito para mim.

Tá, eu não disse que esta é a data para as pessoas ficarem boas. Só comentei que, querendo ou não, todas as cisas que aparecem nas vésperas do natal acabam de uma maneira ou outra nos contagiando. Sim, eu tenho uma aversão ao capitalismo também, mas é o nosso sistema e não pretendo ficar falando mal dele. De uma maneira ou outra, todas as músiquinhas, os papais-noéis (sério, eu não sei como escreve isso no plural), as lojas lotadas, os presentes debaixo das árvores, tudo é contagiante. As pessoas, por um dia, esquecem de tudo de ruim que acont eceu a elas, esquecem o que vem pela frente e simplesmente deixam o espírito natalino chegar até elas, transformando o dia no que ele representa, em alegria.

Mas também concordo que o natal perdeu o espírito original, mas o que o meu texto quis dizer - e aí entra o subjetivismo - é que se tu fizer a tua parte, se tu acreditar, ele existe. É difícil, mas se acreditar, existe.

Anônimo disse...

Eu sou fã do natal, porém, com a correria (trabalho, faculdade, casa) fica muito complicado de aproveitar essa data. Aliás, fica impossível. Acho que falta uma criança na minha casa, daí sim teria um propósito para comemorar e fazer com que esse dia seja inesquecível.

Abraços

Unknown disse...

Engraçado como essa relação com o Natal muda mesmo. Os anos vão passando, vamos amadurecendo e o NAtal vai diminuindo em importância. Agora, acredito que se tem criança numa noite de natal, o espírito natalino ganha força, pois a pureza como os pequenos acreditam naquilo é contagiante. Parabéns pelo texto.

Um abraço>

http://escondidin.blogspot.com/

Lari Reis disse...

Meu Natal era bom na época em que eu não conseguia ver o capitalismo agindo sobre ele. Quando tínhamos presentes, a família TODA junta e a espera até à meia-noite para abrir os presentes, debaixo da árvore. Era uma felicidade só. Hoje, ainda nos reunimos, a família quase toda. Temos tradições de Natal que tornam o dia especial. Um dia em família que nos faz esquecer as chatices natalinas promovidas pela mídia e pelo comércio. - Feliz Natal, adiantado.