domingo, 20 de dezembro de 2009

Avatar




12 anos separam Avatar de Titanic, esse, um dos eventos cinematográficos mais impressionantes que eu já presenciei. Desde então, as batalhas de O Senhor dos Anéis, a magia de Harry Potter, as lutas de super-heróis, um show de efeitos visuais encheu as telas, até chegarmos à tencologia em 3D. Com o aumento das salas no Brasil, a tecnologia ficou cada vez mais popular. O momento perfeito para nos assistirmos a Avatar. Foi o momento perfeito para Cameron. Após Titanic, o diretor testou suas câmeras, sua tecnologia, investiu em técnicas - seus documentários foram apenas protótipos par ao que viria a seguir.

Avatar se torna, desde sua estreia mundial, a experiência cinematográfica mais impressionante e fantástica dos últimos tempos. James Cameron chegou à sua obra-prima na parte dos efeitos visuais, desde as feições dos Na'Vi (confiram os poros, nas faces, como a sutileza em que se movem, em um tom quase poético) à direção de arte perfeita. Um planeta contruído do zero, com um misticismo diferente de tudo que já vimos antes, repleto de metáforas, como as ligações dos Na'Vi aos animais nativos da fauna (enquanto que nós somos tão carentes dessa ligação, atualmente). E a tecnologia em 3D é praticamente obrigatória para quem quer assistir a Avatar, já que a experiência mais singnificativa reside nessa tecnologia (lembrando que a tecnologia em 3D foi desenvolvida justamente para que Cameron pudesse realizar esse filme).

E as performances, captadas pela tecnologia Motion Capture - que a Weta utilizou com o Gollum na trilogia O Senhor dos Anéis - é elevada a um outro nível. Assim, quando Jake controla pela primeira vez o seu avatar, nos impressionamos com o seu detalhismo, somente para mais tarde mergulharmos de cabeça com outras criaturas tão ou mais perfeitas que os próprios Na'Vi. Um universo novo, à altura daquele criado por George Lucas em Star Wars.

Se os efeitos visuais são deslumbrantes, a direção de arte é maravilhosa, a fotografia do longa é elegante e segura. As tomadas aéreas são simplesmente perfeitas e acompanhar o vôo de Jake, seja pela primeira vez, seja ao final do longa, é uma das melhores experiências que o filme tem a nos oferecer. Mas são tantas outras, como a excelente atuação de Zoe Saldana, a evolução de Sam Worthington, a doçura de Sigourney Weaver, a boa participação de Michelle Rodriguez, o vilão que adoramos odiar interpretado por Stephen Lang. Cameron não poupa seus atores e cria espetáculos à parte com eles em batalhas surpreendentes, mas peca apenas por algo, que seria fundamental à trama - e o diretor aida utiliza elegantemente o slow motion em diversos momentos, um recurso que geralmente não gosto.

A carga emocional. Explico. O romance em Titanic era construído a partir de um clichê, entre classes diferentes, um rival para Jack Dawson, e assim por diante. Avatar é contruído da mesma maneira. Só que, se no filme de 1997 havia uma carga dramática imensa, aquele suspense, a torcida, os momentos ramáticos entre os tripulantes do navio; em Avatar, são poucos os momentos em que nos importamos com todos os personagens. Zoe Saldana, na melhor atuação de sua carreira, poderia ter sua personagem mais explorada, podendo render momentos mais emocionantes e a mesma coisa pode ser dita da Dra. Augustine ou até mesmo de Norm - que muda com Jake várias vezes no início do filme, é óbvio que entedemos o por quê de suas mudanças, mas poderia ter tido mais importância. O roteiro, escrito pelo próprio Cameron, possui alguns defeitos, como diálogos ou essa necessidade imensa de nos mostrar o mundo de Pandora, que esqueceu dos personagens a sua volta.

Mas afinal, a intenção de Cameron não era justamente essa?

12 anos de pesquisas, de desenvolvimento e de suor para o diretor. Avatar não é perfeito, está longe de ser em muitos aspectos - não é também o melhor do diretor -, mas não tira o fato de ser a maior experiência que eu já tive em um cinema. Por proporcionar isso, já merece palmas.

Avatar
2009
Roteiro e Direção: James Cameron. Elenco: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang, Michelle Rodriguez, Giovanni Ribisi, Joel Moore, CCH Pounder, Wes Studi, Laz Alonso e Dileep Rao.

10 comentários:

Vinícius P. disse...

"um dos eventos cinematográficos mais impressionantes que eu já presenciei." Ainda não vi o filme, mas estou cada vez mais ansioso devido a comentários como esse. Realmente parece ser algo único.

Anderson Siqueira disse...

Sim, Cameron fez um ótimo investimento em Avatar e consegue, mais uma vez, conquistar o público com um filme mágico, marcante e imperdível. Fica uma ótima sensação de "quero mais".

NOTA (0 a 5): 4,5
****

O Cara da Locadora disse...

O Cameron conseguiu, nada mais a falar mas é uma obra-prima visual... Um marco da história do cinema...

Nuno Pereira disse...

Um filme que se supera no campo visual, nunca os espectadores estiveram tão proximo da tela de cinema como em vatar..... e depois efeitos especiais? acabam por passar despercebidos porque fica-se com a sensação que aquilo é REAL!

taís disse...

Ah, eu tô louca pra ver! E não, não vi wall.e ainda ¬¬ apesar de estar louca pra ver TAMBÉM!
Feliz ano novo pra você, Diego (se não nos falarmos até lá, o que é provável porque eu vou me ausentando da internet). Eu acho que vou te mandar um e-mail, aguarde-me! hahaha
um beijo!

Cristiano Contreiras disse...

Preciso ver, pois sei que este é um filme revelador, tem um diferencial contudente, uma inovação perfeita. Vai chocar muito, eu imagino, pois os efeitos especiais tem uma certa complexidade.

Ótimo blog, Diego!

gustavo hr disse...

Imperfeito ou não, o marco está feito. Daqui em diante, algo há de mudar!

Wallace Andrioli Guedes disse...

Então, Diego, eu adoro o filme, ainda que me incomode com seus pequenos deslizes, e com o abuso dos clichês. Mas é empolgante, eletrizante, e lindo.
Agora, lendo o seu texto (e mais alguns que já andei lendo por aí), estou sentindo como se não tivesse realmente visto AVATAR, porque aqui em Juiz de Fora só estreou em 2D. Como vivo indo ao Rio, até pensei em revê-lo em 3D por lá, mas acabou não dando tempo...
E, no fim das contas, eu sou meio conservador com tecnologias que mudem o jeito tradicional de vermos cinema... mas, no caso desse filme, parece que é fundamental assisti-lo assim, né?

Roberto Simões disse...

O filme não é de todo decepcionante. É uma experiência invulgar e deveras inovadora. Pandora deslumbra-nos. Mas o principal condão do filme é só o deslumbre. A história não é nada de mais. E não estamos perante uma obra-prima.

Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD – A Estrada do Cinema

Arthur disse...

Muito bom esse filme!
Quando tu ve o filme nao parece que eh tudo computador! parece muito real!
muito bom mesmo nta 10!