quarta-feira, 25 de março de 2009

gran torino: o último da velha américa

Gran Torino é um filme sobre a redenção de um homem, ou também sobre como os jovens de hojeem dia estão se comportando, mas também poderia ser sobre o preconceito. O filme poderia falarde muitas coisas, mas o novo longa de Clint Eastwood é mesmo sobre um Gran Torino.

Com um início que beira ao clichê, com Clint Eastwood extremamente caricatural, o filme vai contruindo o roteiro e somente no terceiro ato realmente entendemos o que o diretor quis nos oferecer. O personagem por ele vivido, Walt, representa aquela longíqua América em guerra com todo mundo. Um veterano da Coréia, esculpido pelo seu passado nada agradável em uma guerra sem sentido. Um homem que não aceita, por exemplo, um grupo de vizinhos asiáticos morando ao lado de sua casa ou a sua jovem neta, representando o jovem tolo e consumista de hoje em dia. Por outro lado, Walt ainda tem que superar a morte de sua esposa sozinh, já que seus dois filhos não conseguem suportar seu jeito. Mas será mesmo que Walt está tão errado em não achar nada agradável a atitude e até mesmo o que os jovene stão fazendo com eles mesmos?

A resposta vem inusitadamente com Thao, um vizinho que é salvo por Walt. O garoto é tímido, não se envolve com gangues - muito pelo contrário, foge de uma - e é todo certinho. A atitude dele incomoda no início, tanto Walt como nós, os espectadores. Porém, de uma maneira surpreendente, o proprio ator vai crescendo em cena com o seu personagem, transformando Thao em um jovem carsmático e que motiva nossa preocupação. or outro lado, a sua irmã Sue tenta se introsar no grupo norte-americano de jovens. E é ela que inicia uma aproximação de Walt.

Se Sue não tivesse se aproximado de Walt, talvez nada do ato final tivesse acontecido. Talvez Thao estivesse morto logo no início do filme, mas o fato é que o personagem de Clint Eastwood não salvou apenas os seus vizinhos, mas também a si mesmo. As cenas finais do longa são tocantes, aqueles finais que todo o roteirista sonha em construir para seus filmes. - ainda mais embalado pela canção "Gran Torino", devastadora. Eu não sou um fã ansioso de Clint Eastwood, mas eu respeito o cara. Ele, apesar de não fazer obras primas, sabe o que faz. Gran Torino é uma pequena fábula. Simples, corajosa, ousada e, principalmente, emocionante.

Gran Torino
Direção: Clint Eastwood. Roteiro: Nick Schenk. Elenco: Clint Eastwood, Bee Vang, Christopher Carley, Ahney Her, Brian Haley, Geraldine Hughes, John Caroll Lynch, Brooke Chia Thao e Doua Moua.

terça-feira, 17 de março de 2009

seqüências: é bom tê-las?

Eis alguns filmes que podem vir a ganhar uma seqüência e que estrearam no ano de 2008. Mas será que tem algo a mostrar ainda? Será que eles merecem? Vamos dar uma olhadinha em alguns rumores e algumas confirmações sobre essas continuações:

Homem de Ferro 2

Se continuar do mesmo nível que o primeiro, pode formar uma franquia tão duradoura como a do Superman ou a do Homem-Aranha - lembrem-se que um quarto filme dessa série já está sendo produzido. Além do mais, Robert Downey Jr. já provou ter se divertido no papel de Tony Stark e ele o fez muito bem. Se tiver Mickey Rourke como vilão então, d aí fica melhor ainda. A única trapalhada dos produtores foi trocar o intérprete do amigo do Homem de Ferro. Sai Terence Howard e entra Don Cheadle. Os dois são fodas. Portanto, qualquer um vai interpretar bem. Mas sinceramente, fica estranho trocar o ator do personagem. O elenco ainda conta com Scarlett Johansson, como a Viúva Negra e Gwyneth Paltrow retorna como Pepper Potts.

Homem de Ferro


O Procurado 2

É uma bobagem. O filme é um amontoado de besteiras, atuações no piloto automático, exceto por James McAvoy. Ele tem um carisma invejável e acaba salvando grande parte da produção. Não tem como negar que aquelas câmeras lentas e aqueles efeitos Matrix incomodam o tempo todo, é em cada 5 minutos um carro voando pra dentro de um trem, pessoas atirando uma nas outras e troços explodindo. E por alguma razão inexplicável, eu tenho curiosidade para ver o segundo. Porém eles revelaram que vão utilizar um método para reviver um ou vários personagens que teve a morte como um fim no filme. Meio estranho, não? Enfim, O Procurado não passa de mais uma produção caça-níquel e que foi bem nas bilheterias, teve bastante procura nas locações e agora vai ter mais uma seqüência nos cinemas.

O Procurado

Busca Implacável 2

O filme estreou no início deste ano nos Estados Unidos. No Brasil, ano passado. Campeão de locações e de elogios por parte do público, o filme não passa de um policial fraquíssimo. Vejam bem: o pai teve que ir para o outro lado do mundo para resgatar a filha seqüêstrada. Após torturar, matar, espancar os bandidos, o personagem interpretado por Liam Neeson é um cara sem pudor, frio que só quer atingir o seu objetivo. Por esse lado, o personagem poderia ser muito bem trabalhado nessa produção de Luc Besson. Mas por que um 2? O que teria na sequência de novo? Continuação inútil para ganhar bilheterias. A não ser que reconheçam o potencial do personagem interpretado por Neeson. Aí tem chance de sair coisa boa.

Busca Implacável

Viagem ao Centro da Terra: O Filme 2 - Mysterious Travels: The Lost Map of Treasure Island

Após arrecadar mais de 140 milhões de dólares pelo mundo, mais um filme baseado numa conceituada obra de Julio Verne. Desta vez, o professor Trevor e seu sobrinho vão atrás de uma ilha perdida. Há inspirações de outros livros, mas a base da aventura é claro a literatura de Verne. Assim como o primeiro, esta produção pretende explorar todos os encantos da ilha perdida mostrada em diversos livros, como A Ilha Misteriosa (de Verne) ou a Ilha do Tesouro (de Robert Louis Stevenson). Como eu gostei do primeiro, vou assistir a esta continuação pronto para me divertir.

Viagem ao Centro da Terra: O Filme

Batman 3

Por enquanto, apenas rumores. Apontam que o diretor Christopher Nolan seja o único roteirista da série - David Goyer e Jonathan Nolan colaboraram no anterior. O site IESB publicou que o scrip já está sendo escrito, mas nada se sabe sobre vilões. Boatos diziam que o Pingüim seria interpretado por Phillip Seymour Hoffman. O ator rebateu comentando que não seria um bom vilão, mas gostaria de vê-lo no filme. Enquanto isso, Johnny Depp seria o Charada. Os dois dariam ótimos vilões, porém nesse novo filme da franquia seria mais interessante se utilizarem personagens que não foram usados no Cinema, como fizeram com o Begins. Os últimos boatos que chegaram foram de que Christian Bale não vestiria mais a roupa pela sua briga no set de O Exterminador do Futuro 4: A Salvação. Improvável. Não trocariam Bale apenas pela discussão, após dois filmes sob o comando de Nolan. O diretor mostrou um ótimo domínio sobre seus atores - enquanto McG, o diretor de O Exterminador do Futuro 4 é um bundão! Brincadeiras a parte, estou muito ansioso para este Batman 3.

Batman: O Cavaleiro das Trevas

E aí, estes filmes precisam mesmo de continuação? Ficaram curiosos para mais? Se tiver mais algum filme que estrou ano passado e vai ganhar uma seqüência e que eu não dei um destaque, pode colocar nos comentários pra gente discutir livremente por ali - na próxima vez eu falo sobre eles.

domingo, 15 de março de 2009

momento: tradução & enxurrada de selos

(Ali em baixo tem a resenha de Frost/ Nixon)

Vocês já compararam os títulos originais com os títulos traduzidos aqui no Brasil? É uma situação que eu não sei se é pra rir ou pra chorar. O Brasil ultimamente viveu aquele momento "Deu a Louca" nos títulos. Vamos dar uma olhadinha:

Hoodwinked virou Deu a Louca na Chapeuzinho (até aí tudo bem, mas...)

No ano de 2007 Epic Movie (Filme Épico, numa tradução literal, certo?) virou Deu a Louca em Hollywood (ãããã... Deu a Louca em Hollywood? Depois de anos tirando sarro com os filmes de Hollywood, qualquer filme poderia ter usado esse título. Por que esse aqui?)

Pior foi o Happily N'Ever After (Nunca Felizes Para Sempre que virou um Deu a Louca na Cinderela). O motivo foi simples: pegar carona com Deu a Louca na Chapeuzinho. Será que as distribuidoras queriam pensar que é uma série Deu a Louca nas Fábulas? Qual viria a seguir? Deu a Louca na Branca de Neve... Deu a Louca na Rapunzel... Deu a Louca no Príncipe Sapo?

Mas enquanto nenhum título do Deu a Louca aparece, temos os grandes subtítulos que de nada acrescentam aqui no Brasil:

Bolt virou Bolt-Supercão. Se deixasse o Bolt ficaria muito mais bacana, né? Alguém ainda falaria "oi, eu vi ontem Bolt-Supercão". Não, só "Bolt". Ou então o Be Kind, Rewind virou um Rebobine, Por Favor: Uma Loucadora Muito Louca. Sério, chegou o disco de serviço na locadora. Uma locadora muito louca? Não poderia só Rebobine, Por Favor? Watchmen teve que ter O Filme. Até porque vai que a gente se confunda e ache que tá passando nos cinemas os quadrinhos pra gente ler. Fica meio chato né? Eu nunca gostei de colocarem O Filme ao lado dos títulos. Pra que, sabe?

Ou melhor é a série dos ladrões liderados por Ocean. O que era pra ser Ocean's Eleven (Os Onze dos Ocean) virou Onze Homens e um Segredo. Uau, qual será o segredo que eles vão esconder? Os cassinos! Oh, meu Deus! Daí veio Doze Homens e Outro Segredo que, na verdade, é Ocean's Twelve, ou melhor: Os Doze de Ocean. Quando chegou o terceiro, a distribuidora não tinha mais nada a fazer a não ser colocar Treze Homens e Mais um Segredo, que na realidade é Ocean's Thirteen. E se chegar uma quarta continuação? Ficaria Quatorze Homens e Mais um Novo Segredo.

Até mesmo as séries eles detonam. Prison Break teve que ter o Em Busca da Verdade. Imaginem se Lost fosse traduzido? Lost - Uma Ilha Muito Louca; Lost - A Ilha; ou Lost - Ilhados ou Lost - Perdidos, aí seria o fim. Ainda bem que isso não aconteceu, e nunca vai acontecer se não eu juro que me jogo do alto d e um prédio de dez andares!

Enfim, encerro aqui o momento: tradução. Como sempre, detonando as distribuidoras brasileiras que até agora não anunciaram a estréia de À Prova de Morte, um filme de Quentin Tarantino de 2007 e nem mesmo Desejo e Perigo de Ang Lee. Então, não podemos esperar muita coisa dessas incopetentes distribuidoras brasileiras. Faço apenas uma ressalva com a Fox (distribuidora, não canal) que está lançando as bonitas edições definitivas de vários filmes, com capas muito bonitas e com o nome em original. Parabéns!


Enxurrada de Selos

Nos últimos tempos, venho recebendo de dois blogues vários selos: o primeiro, do Blog da Gab - nem preciso dizer, um dos melhores blogs pessoais já feitos de todos os tempos - e o segundo blog é do recente amigo Filmes-Pipoca - que sempre vem com textos muito bem escritos e opiniões muito bem argumentadas, mesmo que eu não concorde com algumas :D. Enfim, vamos aos selos recebidos pelo blogue por esse tempos - e teeeeem selo!

O 1º selo vem do blogue da Gab.


E eu indico para os blogues de cinema mais bem escritos da internet, sempre é bom sorrir ao ver mais e mais blogueiros tão apaixonados pela sétima arte - afinal, esse selo não precisa ir diretamente para blogues de piadas, que convenhamos, está cada vez mais difícil de ter algo com qualidade:

Maaas, antes dos indicados, vamos para as 7 coisas que me fazem sorrir:

1. Ver um filme ou Lost com a minha namorada;
2. Ver Monty Python;
3 Ver Friends ou How I Met Your Mother, em um episódio inspirado das séries - ou seja, quase sempre;
4. Rir de uma boa piada;
5. Falar mal dos chefes;
6. Observar os casais que vão na locadora e pegam títulos pornográficos como "Goza, vai..." - eu vou pro inferno por ser tão anti-ético;
7. Rir dos furos que a minha mãe dá de vez em quando nos lugares, como em shoppings ou lojas, é algo que ao mesmo tempo constrange, diverte;

Enfim, creio que são esses 7. Claro que tem mais, muuuuito mais, mas no momento são esses que me divertem - tem ainda rir com amigos e blá blá. Indico esse para os blogues: Cine&Club, Crônicas Cinéfilas, Filmes-Pipoca e Moviola Digital.

Agora, esses 4 últimos selos eu ganhei do Filmes-Pipoca. 4! Eu nem sei mais o que fazer com tanto selo (brincadeira, pode repassar mais). Mas vamos lá:




Agradecimento ao Filmes-Pipoca por estes 4 selos. Vou repassar para os mesmos da lista anterior, com exceção do Filmes-Pipoca.

Cine&Club, Crônicas Cinéfilas e Moviola Digital.

É isso aí, então. Acabou esse meu post, acabei me estendendo demais. Até mais!

sexta-feira, 13 de março de 2009

frost/ nixon: o amadurecimento de um diretor

Quando terminou o filme, eu tinha apenas uma coisa em mente: arrependimento. Em minhas listas pré-Oscar, eu falava mal de Ron Howard e seu Frost/Nixon. Dizia que a Academia só iria colocá-lo em filme e direção simplesmente por gostar do diretor - o que parcialmente é verdade -, ignorando o fato de que seu projeto poderia ser bom ou muito bom - afinal, estamos falando de um diretor extremamente irregular. No momento dos créditos finais lembrei que foi ele quem havia conduzido toda a produção, foi aí que me dei conta do que acabei de ver: um dos melhores filmes do ano de 2008.

Não só um dos melhores filmes que foi lançado em 2008, mas também uma produção com uma luta tão ou mais empolgante que aquelas de Touro Indomável ou até mesmo as mostradas em O Lutador, porém aqui um pouco mais interessante: com palavras. E só de pensar que Ron Howard amadureceu tanto para Frost/Nixon é um sinal de que as coisas não estão tão fora de controle como achamos - quem sabe Obama não levantou sua auto-estima? Brincadeiras a parte, é aqui que ele se mostra completamente com controle de cada cena, dirige tão bem seus atores, nunca deixando alguém se exaltar demais, e todas as performances são dignas de elogios.

E os nossos assistentes dos oponentes: Oliver Platt brilha como um dos assistantes de Frost, principalmente nas cenas em que ele imagina as respostas do (ex) presidente Nixon, além é claro de já entrar em cena energético. Outro que merece aplausos é Kevin Bacon, por nunca se alarmar demais ou entrar de canto em alguma cena. Com seu personagem equilibrado, porém sério e por vezes até incômodo, ele surpreende pela seriedade. Enquanto isso, Sam Rockwell se envolve lentamente, crescendo junto a Frost e suas entrevistas. É um personagem eufórico, que vai se revelando muito mais importante do que parece.

Enfim, após os assistentes, está na hora de apresentar os nossos lutadores da noite, começando com o entrevistador David Frost. Interpretado pelo brilhante Michael Sheen - o Tony Blair de A Rainha -, David Frost é um homem solitário e divertido, mas que tem uma vontade enorme de voltar aos holofotes e acha que voltando aos Estados Unidos pode conseguir isso facilmente. Talvez este seja o principal motivo para guiá-lo através do Oceano Atlântico e tentar uma entrevista com o presidente Richar Nixon, que acaba de anunciar o seu afastamento do cargo. Presidente esse que é acusado do envolvimento em escândalos, além de continuar com a inútil guerra do Vietnã. Porém, Frank Langella vai além. Sua composição como o presidente é perfeita, o grande trunfo no filme de Howard. Um homem que sofre ainda com as marcas do passado, mas que nunca abandona seu orgulho, ainda divide o mesmo objetivo com seu adversário: ele quer voltar a brilhar, sob os holofotes. No entanto, cada detalhe, cada mania que Langella introduz em seu Nixon ele retoma no momento certo. Sua construção de personagem - e ainda bem que o roteiro de Peter Morgan dê espaço a isso - é perfeita, uma das melhores do ano passado, sem dúvidas. Se Langella demorou tanto tempo para ter um papel à sua altura, valeu a pena esperar.

Como também valeu a pena esperar por um filme de peso dirigido por Howard. Seu domínio sobre a câmera tem um timing perfeito, tal como a ótima montagem e a empolgante trilha-sonora. Sensível quando necessário e arrebatador durante boa parte da projeção, é assim que se resume Frost/Nixon, um dos melhores filmes do ano de 2008 nos Estados Unidos - e um dos melhores deste iníciozinho de 2009, aqui no Brasil.

P.S.: Será que esse foi um pedido de desculpas antecipado de Howard por Anjos e Demônios?

Frost/Nixon
Frost/Nixon, 2008
Direção: Ron Howard. Roteiro Adaptado: Peter Morgan. Elenco: Charlie Sheen, Frank Langella, Kevin Bacon, Oliver Platt, Rebecca Hall, Sam Rockwell, Matthew Macfadyen e Toby Jones.

sexta-feira, 6 de março de 2009

se eu fosse o brasil & estréia da semana

Falar sobre o Brasil não é fácil. Afinal, estou falando do meu país, que tem inúmeros defeitos, mais do que qualidades. Mas não posso deixar de comentar o grande feito que houve recentemente por aqui. E é sobre cinema.

No ano de 2006, estreou mais um filme com elenco global nos cinemas brasileiros. Se Eu Fosse Você, dirigido pelo péssimo Daniel Filho, tinha como protagonistas Tony Ramos e Glória Pires na pele de um casal que tem seus corpos trocados por alguma razão. A fórmula é antiga. Filmes como Sexta-Feira Muito Louca já havia abordado o tema de uma maneira melhor desenvolvida, mas ao mesmo tempo a fórmula também parecia nova. Abandonar um pouco o tema filmes-favelas para fazer uma comédia aqui no Brasil está crescendo cada vez mais - a grande parte vem de produções com elenco global e piadas zorra-total, o que decepciona ainda mais o espectador.

E Se Eu Fosse Você tinha uma enxurada de piadas que não funcionavam, mas havia uma maior que tinha seu mérito. Era a atuação de Tony Ramos e parcialmente a de Glória Pires. Mas Ramos roubava a cena. E a fórmula acabou se repetindo. E eis que o cinema brasileiro ganhou um filme com uma continuação. Fora Xuxa e os Duendes, fazia algum tempo que o cinema não tinha um "2" em algum título, certo?

Eu não assisti a continuação. Não sei se é melhor que o primeiro, não sei se é pior ou do mesmo nível. Mas não há como negar que é um grande passo para a indústria aqui no Brasil. Se Eu Fosse Você 2 liderou por 7 semanas seguidas, perdendo na oitava para Operação Valquíria. Em 1º de março ele ainda estava em 3º lugar dos mais vistos, em sua nona semana em cartaz, com um público equivalente a 5.312.057 desde que estreou. 5 milhões de espectadores. Mais do que a comédia estrelada por Jim Carrey (Sim, Senhor). Ou seja: para o cinema nacional, é mais que uma evolução. E é sempre bom que mais pessoas estão descobrindo o cinema, seja ele nacional ou internacional.

Ah, sim: ali em baixo tem a estréia da semana: Quem Quer Ser um Milionário?. E em breve: Watchmen!

estréia da semana

Está publicada abaixo resenha de Quem Quer Ser um Milionário?

quem quer ser um milionário?: muito barulho por nada

Quem Quer Ser um Milionário? tem uma grande vantagem: ele é otimista. Dito isso, era óbvio que venceria o Oscar deste ano. A Academia não acabou premiando pela qualidade da história, e sim pelo momento em que vivemos. O Obama acabou de ser eleito, estamos no meio de uma crise econômica, o que realmente a gente precisa? Otimismo. Não iria vencer um projeto de um ex-presidente que levou os Estados Unidos para uma guerra sem ideologia (Frost/Nixon); nem um político homossexual (Milk); nem mesmo filmes sobre Holocausto, não queremos mais falar disso (O Leitor); ou premiar apenas uma fábula repleta de fantasia (Benjamin Button), quando o que queremos é mesmo um pouco de otimismo? É sim a grande produção otimista do ano que se passou. Juntar Hollywood com Bollywood foi talvez o maior acerto. Aproximar cada vez mais dos Estados Unidos o resto do mundo.

Porém, mais do que isso, Quem Quer Ser um Milionário? é um filme bonitinho e defácil aceitação. Dirigido também por um diretor mais conhecido por seus trabalhos versáteis (de Transpoitting a Sunshine, passando por Extermínio, Caiu do Céu e A Praia). Danny Boyle é um diretor quase sempre competente, já pisou na bola (A Praia), mas também já acertou a mão em cheio (Extermínio). Mas em Quem Quer Ser um Milionário? o diretor não inova, não tira grandes atuações, nem faz imensos esforços pra fugir do convencional. No final, tudo o que vemos é simplesmente um filme como qualquer outro.

O pacote é muito menor. Uma história indiana que começa na infância, quando um garoto perde a sua amada garotinha e agora ele faz de tudo para reencontrá-la, até mesmo enfrentar seu irmão e ainda tentar responder uma série de perguntas num programa, é ma trama difícil de não cair nos clichês. A tentação é grande. Aqui, apesar de alguns diálogos que parecem ter saído de uma novela do Manoel Carlos ("Vamos viver de que?", pergunta a doce protagonista. "De amor", responde o esperto Jamal, já adulto). Porém, o que funciona mesmo é que o filme é muito bem amarado. E esse é o principal ponto positivo do longa.

A montagem é ágil, conecta bastante as cenas sem deixar cair no labirinto de idas e vindas que o filme apresenta - algo que não funciona tanto em O Leitor. Mesmo que seja forçada demais a idéia de ligar cada pergunta do programa com algum momento de sua vida, a montagem dá um jeito em conectar todas as cenas importantes sem ser forçado. A fotografia é inspirada. Boyle soube conduzir direitinho todos os movimentos de câmera - alguns inspirados pelo efeito Cidade de Deus.

Porém, nada disso conserta a produção de comum. Sem grandes inovações, nem nada que se destaque - fora o garotinho que interpreta Jamal pequeno, o melhor ator do filme. É uma boa produção, é legal ver Hollywood e Bollywood juntas, mas não passa disso.

Quem Quer Ser um Milionário?
Slumdog Millionaire, 2008
Direção: Danny Boyle. Roteiro Adaptado: Simon Beaufoy. Elenco: Dev Patel, Ayush Makesh Khedekar, Tanay Chheda, Freida Pinto, Rubiana Ali, Tanvi Ganesh Lonkar, Madhur Mittal, Azharuddin Mohammed Ismail, Ashitosh Lobo Gajiwala, Chirag Parmar, Janet de Vigne, Anil Kapoor e Saurabh Shukla.

segunda-feira, 2 de março de 2009

breve numa locadora próxima de você

Como eu estou trabalhando em uma locadora, eu assisto alguns filmes que ainda não foram lançados em DVD - normalmente, daqui a alguns dias ou alguns meses - e então já vou colocando aqui alguns dos títulos que em breve chegarão em uma locadora perto da sua casa - ou que já estão disponíveis recentemente:

O Dia Em Que a Terra Parou

Eu não lembro muito bem do original. Eu lembro que não havia achado um filmaço. Mais ou menos o que acontece com esta refilmagem. Há sim momentos muito bons, principalmente o início, todo aquele clima de suspense foi muito bem colocado ali. Porém, há momentos absurdos, como toda a vez que o filhinho de Will Smith, Jaden Smith, aparecia na tela. Ele está irritante, num papel chato e clichê de um menino que rejeita a madrasta, a tratando mal, sendo que esta faz tudo por ele. E Jennifer Colly está bem apagada como Helen. O que beneficia Keanu Reeves, já que interpreta um alienígena sem sentimentos - e como o ator não tem expressão alguma, é o papel de sua vida. A conclusão decepcionante e os momentos sem sentido compromotem toda uma produção que, se bem desenvolvida, poderia ter virado um baita filme de ficção.

The Day the Earth Stood Still, 2008
Direção: Scott Derrickson. Roteiro Adaptado: David Scarpa. Elenco: Keanu Reeves, Jennifer Connely, Kathy Bates, Jaden Smith, John Cleese, Jon Hamm, Kyle Chandler e Robert Knepper.

15 de abril numa locadora mais próxima de você.

Quase Irmãos

É uma comédia da linha bobagem-Hollywood. Porém, tem algo que acaba conquistando o espectador aqui: a dupla Farrell-Reilly e a sua criativa química entre dois quarentões que vêem suas vidas mudarem após o pai de um casar com a mãe de outro. Detalhe: cada um morava com seu respectivo familiar na casa, e ambos estão desempregados e sem perspectiva de vida. Divertida comédia, bom programa de fim-de-semana, sem pretensão alguma.

Step Brothers, 2008
Direção: Adam McKay. Roteiro Adaptado: Will Ferrell e Adam McKay. Elenco: Will Ferrell, John C. Reilly, Richard Jenkins, Mary Streenburgen e Adam Scott.

Ainda este mês.

Madagascar 2

O primeiro Madagascar tinha personagens que sempre que entravam em cena, provocavam inspiradas gargalhadas do espectador. Pena que eles não são os quatro protagonistas. Os pingüins são coadjuvantes, mas naquele primeiro filme, toda a hora em que eles entravam em cena, bastava pra provocar os risos. Neste segundo não é diferente. As tramas envolvendo os quatro protagonistas são o que menos importa nesta seqüencia. As cenas impagáveis dos pássaros estão entre as mais engraçadas do ano passado. Porém, seria muita injustiça ignorar o Rei Lêmure, Julian. Apesar de sua história, os motivos que o levaram estar ali, e a metade da projeção não ter exatamente uma história, sua presença é sempre interessante. No mais, este segundo Madagascar é melhor que seu antecessor por um motivo: aumentou o tempo dos pingüins na tela. Eles merecem. Talvez o próximo seja: Madagascar 3: Os Pingüins.

Madagascar: Escape 2 Africa, 2008
Direção: Eric Darnell e Tom McGrath. Roteiro Original: Ethan Cohen. Vozes de: Chris Rock, Ben Stiller, David Schwimmer, Jada Pinkett Smith, Sacha Baron Cohen, Cedric the Entertainer, Bernie Mac, Alec Baldwin e Will i Am.

Ainda este mês.

Max Payne

Uma verdadeira porcaria. Isso resume este lixo em forma de filme. Geralmente estes filmes têm um fundo de divertimento, mas esperar um bom entretenimento daqui já chega a ser abuso dos realizadores. Mark Wahlberg, um ator que sempre teve uma carreira irregular, brilhou em seu papel de coadjuvante em Os Infiltrados - recebeu até uma indicação ao Oscar por ela - mas acabou derrapando em dois projetos ainda neste ano. O primeiro, diz respeito a Fim dos Tempos, na qual a sua interpretação é primária, de ator de terceira, quarta, quinta linha; a segunda, nesta horrível adaptação do game com o mesmo nome. O roteiro, completo de bobagens, uma atrás da outra, ainda conta com uma fotografia dark que nada inspira o projeto de seguir adiante. Para os fãs do game, vale a curiosidade de se decepcionar com esta produção.

Max Payne, 2008
Direção: John Moore. Roteiro Adaptado: Beau Thome. Elenco: Mark Wahlberg, Mila Kunis, Beau Bridges, Ludacris, Chris O'Donell e Amaury Nolasco.

Disponível.

007 - Quantum of Solace

Daniel Craig colocou seu James Bond em um novo patamar. Um homem violento, que mata sem escrúpulos. Em Cassino Royale todas essas características acabavam sempre o machucando, seja em amor ou em combates físicos. Ao perder a sua amada, não foi só Bond que sentiu a sua morte, e todos nós. Parece que tudo o que aquele filme construiu foi arruínado neste. Paul Haggis faz um roteiro que dá continuidade exatamente onde Cassino Royale parou. Mas não consegue andar. Cria uma sub-trama boba e sem graça, além de James Bond se transformar em qualquer personagem de Steven Seagal. E a direção de Marc Foster é horrível. Já está demitido da franquia imediatamente. O que salva mesmo são os atores, todos afiados. E a entrada de Mathieu Amalric como o vilão sempre conta um ponto a mais para qualquer filme.

Quantum of Solace, 2008
Direção: Marc Foster. Roteiro Original: Paul Haggis, Neal Purvis e Robert Wade. Elenco: Daniel Craig, Olga Kurylenko, Judi Dench, Mathieu Amalric, Giancarlo Gianini e Jeffrey Wright.

Ainda este mês.

Alguns títulos que assisti eu não coloquei aqui, apenas estes quatro por enquanto. Mas não abandonarei a série.

Ganhei mais um selo do Filme-Pipoca, um blog amigo que estou sempre acompanhando e que traz notícias todos os dias sobre cinema. Vale a pena dar uma conferida, só clicar aqui para entrar no site (http://www.filme-pipoca.blogspot.com). O selo Laranja é para blogs criativos e alegres.

Regras básicas:

1-) Exiba a imagem do selo “Laranja” que você acabou de ganhar!

2-) Poste o link do blog que te indicou.

3-) Indique quantos blogs você quiser que você considera criativo.

4-) Escreva quatro formas que você usa para expressar sua criatividade.

Vou indicar apenas dois: Crônicas Cinéfilas, Moviola e Buble Movie.

Quatro formas que eu expresso a minha criatividade: Uma delas é o meu blog, que eu procuro sempre escrever sobre os filmes e sobre os assuntos de uma maneira coloquial, nem um pouco formal e de uma maneira rápida e direta. Meus textos são curts, não tem oito ou mais páragrafos - com exceções raríssimas; também gosto de escrever roteiros, muitos incompletos ainda; já tentei escrever livros, também incompletos; e gosto muito de dialogar. Diálogos são fundamentais para uma boa comunicação e expressar a criatividade.