Assisti a Gangues de Nova York pela primeira vez em 2002, ainda no cinema. O resultado foi insatisfatório. Mas eu tinha apenas 12 anos, eu não sabia nem quem era Martin Scorsese, mas o filme havia me deixado traumatizado. Recentemente, em uma impulsividade enorme, acabei comprando uma cópia para assistir novamente. Na realidade, fui na loja com o objetivo de comprar Taxi Driver, que estava em promoção. Esgotado. Mas eu iria sair com um Scorsese e lá estava Gangues de Nova York em promoção. Levei-o (junto com O Massacre da Serra Elétrica original).A experiência de assistir ao filme, após sete anos, foi outra.
O início já impressiona pela reconstrução da cidade de Nova York, mas vai além. A batalha, comandada com louvor por Scorsese, já faz questão de nos apresentar aos principais personagens do longa, sem enrolação: desde o garoto Amsterdam Vallon ao açougueiro interpretado por Daniel Day-Lewis, passando por John C. Reilly (que não fala nada neste início) e ao mercenário vivido por Brendan Gleeson. A batalha das gangues, esta cena inicial, tinha tudo para dar errado, com as insistentes câmeras lentas utilizadas, mas foi tudo tão bem feitinho que o realismo dado à cena foi perfeito.
A direção de arte é espetacular. Toda a reconstrução de Nova York, desde os ótimos figurinos e aos locais, todos tratados com um detalhismo singular - bastante comum em produções de Scorsese, como em A Época da Inocência ou O Aviador. O diretor é hábil em aproveitar as locações, em criar planos belíssimos e momentos marcantes. Acompanhado de uma bela trilha-sonora, Scorsese ainda consegue transformar uma simples história em algo maior, mais magnífico.
Mas ele ganhou ajuda. Daniel Day-Lewys rouba cada cena em que aparece, construindo o seu açougueiro em uma figura imponente, ora contida, ora explosiva - claro que o ator também tem uma facilidade muito grande em construir os seus personagens, explorando muito bem sua complexidade. Leonardo DiCaprio inicia aqui a parceria com o diretor, começando a dar indícios de seu talento - que pôde ser comprovado em O Aviador, anos mais tarde. E quanto ao resto do elenco, pode-se dizer que Cameron Diaz está em seu melhor papel, John C. Reilly sempre bem e Jim Broadbent chega com muita energia. Liam Neeson tem pouco tempo na tela, mas transforma seu pastor em um herói e quanto a Brendon Gleeson faz o que pode com o seu personagem, mas o resultado sai positivo.
O início já impressiona pela reconstrução da cidade de Nova York, mas vai além. A batalha, comandada com louvor por Scorsese, já faz questão de nos apresentar aos principais personagens do longa, sem enrolação: desde o garoto Amsterdam Vallon ao açougueiro interpretado por Daniel Day-Lewis, passando por John C. Reilly (que não fala nada neste início) e ao mercenário vivido por Brendan Gleeson. A batalha das gangues, esta cena inicial, tinha tudo para dar errado, com as insistentes câmeras lentas utilizadas, mas foi tudo tão bem feitinho que o realismo dado à cena foi perfeito.
A direção de arte é espetacular. Toda a reconstrução de Nova York, desde os ótimos figurinos e aos locais, todos tratados com um detalhismo singular - bastante comum em produções de Scorsese, como em A Época da Inocência ou O Aviador. O diretor é hábil em aproveitar as locações, em criar planos belíssimos e momentos marcantes. Acompanhado de uma bela trilha-sonora, Scorsese ainda consegue transformar uma simples história em algo maior, mais magnífico.
Mas ele ganhou ajuda. Daniel Day-Lewys rouba cada cena em que aparece, construindo o seu açougueiro em uma figura imponente, ora contida, ora explosiva - claro que o ator também tem uma facilidade muito grande em construir os seus personagens, explorando muito bem sua complexidade. Leonardo DiCaprio inicia aqui a parceria com o diretor, começando a dar indícios de seu talento - que pôde ser comprovado em O Aviador, anos mais tarde. E quanto ao resto do elenco, pode-se dizer que Cameron Diaz está em seu melhor papel, John C. Reilly sempre bem e Jim Broadbent chega com muita energia. Liam Neeson tem pouco tempo na tela, mas transforma seu pastor em um herói e quanto a Brendon Gleeson faz o que pode com o seu personagem, mas o resultado sai positivo.
Enfim, Gangues de Nova York me revelou o Scorsese que eu não havia visto em 2002. Naquele tempo eu não havia levado em consideração que com os pequenos detalhes, Scorsese eleva seu filme a um novo patamar. Controverso e difícil de lidar - dá para entender o motivo de quase ninguém gostar dele -, o filme já está na minha lista dos favoritos da década. E como tudo o que é bom, merece ter ainda uma segunda revisão, para eu poder dirigir este maravilhoso épico dirigido por um dos diretores mais competentes do Cinema.
Gangues de Nova York
Direção: Martin Scorsese. Roteiro Adaptado: Jay Cocks, Steven Zaillian e Keneth Lonergan. Elenco: Leonardo DiCaprio, Daniel Day-Lewys, Cameron Diaz, Jim Broadbent, John C. Reilly, Henry Thomas, Brendon Gleeson, Roger Aston-Griffiths, Liam Carney, Stephen Graham, Gary Lewis, Gary McCormack, Liam Neeson, Cara Seymour, Dominique Vandenberg e Andrew Gallagher.
* Desculpem pela falta de posts, mas meu tempo está cada vez mais escasso. Um dos motivos também é ter me viciado em Sons of Anarchy e não ter visto muito mais filmes como via há algum tempo atrás. Mas isso vai mudar. Em que eu desperdiço R$ 5,00? Em um filme-catástrofe com efeitos visuais impressionantes e uma história previsível ou a continuação de Crepúsculo, Lua Nova, sendo que eu acho a história uma piada, o livro é mal-escrito, os atores são péssimos e os efeitos visuais são uma grande porcaria? Grande dúvida! Penso em assistir a Os Fantasmas de Scrooge mesmo... Fim do mundo, vampiros-purpurina ou Jim Carey animado?
8 comentários:
Não conheço quase nada do realizador, mas tenho aproveitado este mês para isso. Novembro é mês de Martin Scorsese no blogue Split Screen, Cineroad, Cinema is my Life e Flavio's World.
Gangs of New York ainda hei-de ver...
Em si e por si, «Gangs de Nova Iorque» constitui um autêntico colosso, com uma abertura e um desfecho verdadeiramente memoráveis e geniais e onde a personalidade colectiva de uma identidade por definir tende a assumir, ao longo de todo o filme, o protagonismo; ainda muito mais do que a poderosa e brilhante interpretação de Daniel Day-Lewis.
5*
Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema
acho q eu já tinha passado por aqui (pq meu blog tá no seu blogroll) mas agora vou começar a frequentá-lo mais constantemente.
Sobre o filme, achei curioso vc dizer: "O resultado foi insatisfatório. Mas eu tinha apenas 12 anos, eu não sabia nem quem era Martin Scorsese".
comigo foi o contrário: gostei na época pq tb não comnhecia. hoje sou um grande fã dele, mas não de O AVIADOR e GANGUES.
É sempre uma experiência gratificante revisitar "velhos" filmes... To querendeo rever agora, rs...
Coincidentemente, também não me impressionei com o filme quando o vi, tinha uns 16 anos. Lendo seu texto, parece que nos beneficiamos com o acumular de conhecimento e maturidade.
Vou rever também ,algum dia.
Eu me impressionei com GANGUES desde seu lançamento, e acho-o um dos filmes mais subestimados dessa década. Por falar em década, a interpretação do Day-Lewis está entre as melhores desses últimos 10anos.
Scorsese é um mestre, e por mais que todos digam que este é o seu mais fraco, eu gosto muito tem uma tecnica excelente!
Bem, eu acho que preciso rever esse filme, muito embora eu tenha gostado muito dele quando o assisti na época em que foi indicado ao Oscar. Scorsese encontrou em Leonardo DiCaprio um ótimo ator que melhorou bastante nas mãos do mestre. Mas Daniel Day-Lewys é um colosso.
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