Recentemente, assisti Festa de Família, de Thomas Vinterbeg. O filme é o marco do movimento Dogma 95 e a história, perturbadora. O que me remete a este Casamento de Rachel. Não é o fato de os dois usarem as câmeras nervosas - que estão cada vez mais fora de moda - mas sim pela união familiar e os problemas que começam a surgir neste reencontro. Linkar estes dois filmes me parece a melhor maneira de explicar O Casamento de Rachel. A diferença é que, ao invés de destruir um ambiente familiar aos poucos, o filme dirigido pelo esperto Jonathan Demme quer construir uma família desustrurada. E é curioso ver a relação entre as duas produções: ambos filmam com elegância, demonstram total domínio sobre o elenco e ainda captam todos os sentimentos dos membros de famílias decadentes. Porém, mais do que isso, Anne Hathaway faz toda a diferença. É ela quem domina o tempo todo na tela, construindo uma personagem triste, arrependida e infeliz, presa em seu mundo de erros. O Casamento de Rachel é, sem dúvidas, uma das grandes revelações deste médio ano de 2009.
Inexplicavelmente, Nicolas Cage só tem entrado em furada. Suas últimas participações não são nada significativas e fazia tempo que não conseguia carregar um filme nas costas. Talvez por isso este Presságio signifique tanto para ele - ou nem muito, já que a produção teve bastante críticas negativas a seu favor. Para mim, Nicolas Cage conseguiu reverter, mesmo que de leve, a sua péssima situação no cinema. Em primeiro lugar que ele tem uma boa atuação por aqui, carregando o filme nas costas, já que a boa Rose Byrne (e ótima em Damages) é prejudicada pelo roteiro. Para a surpresa, um bom filme de ficção científica. Mas se tivessem cortado ali algumas cenas bobas de suspense e diversos outros clichês dispensáveis, o filme de Alex Proyas daria um belo exemplar do gênero. Por enquanto, basta dizer que é tudo o que O Dia Em Que a Terra Parou queria ser.
Elogiado por diversos críticos no mundo todo, Valsa com Bashir concorreu ao Oscar, sendo um respeitado concorrente a estatueta dourada e fez platéias se surpreenderem com imagens polêmicas e fortíssimas. Ao meu ver, o sucesso só apareceu por se tratar de uma animação feita especialmente para o púlico adulto. O estilo documental do longa é o que mais o atrapalha, transitando entre o elegante e a chatice, passando pelo roteiro mal organizado. De início realmente parece um bom plano, iniciar com um sonho do soldado e apartir disso, tentar estabelecer uma narrativa recheado de flashbacks e construindo todo o massacre contra palestinos refugiados pela milícia libanesa - apoiado por Israel. No entanto, esta estrutura só atrapalha ao invés de ajudar, fazendo com que o diretor Ari Folman tente nos conquistar com imagens bonitas e planos inteligentes. No que diz respeito a essa técnica, Folman conseguiu uma aliada: a animação.
6 comentários:
Não curti tanto O Casamento de Rachel, vale pelo elenco mas achei a história parada demais...
Presságio não vi, não sou lá dos mais chegados a Nicolas Cage...
Valsa com Bashir quero muito ver, me surpreende não ter gostado muito!
Linkado!
abraço!
Olá Diego! Fiz algumas visitas no teu blog e gostei do que vi. Tem um selo pra ti lá na minha página. Caso já não tenho o recebido, siga a corrente adiante.
abs.
Charles
http://blig.ig.com.br/planosequencia/
Louco para ver FESTEN, O CASAMENTO DE RACHEL e PRESSÁGIO (apesar dos avisos de cautela quanto a este), mas não BASHIR!
Cumps.
Olá, retribuindo a visita!
Já linkei teu blog no meu tbm!
Dos filmes, vi os 3, achei bom o Casamento de Rachel, adoro a Hathaway, q está ótima no filme, ñ gostei muito do Presságio, q começa bem, mas tem um final detestável, Valsa com Bashir eu adorei, excelente, comentei no meu blog! flw..muito legal teu blog, voltarei mais vezes..abs! Diego!
Diego, adoro O Casamento de Rachel, acho um filme sensacional e por vezes me pego pensando nele, naquele roteiro tão forte e bem estruturado (um dos melhores do ano), e principalmente na soberba atuação da Anne Hathaway. Só não consigo estabelecer boas relações desse filme com Festa de Família do qual não sou muito fã, e do qual não diria que seja "elegante". Mas enfim, tratam de famílias disfuncionais, sim, mas acho que o tom de ambos são diferentes.
Também acho Presságio um bom filme, Nicolas Cage não faz algo tão bom há um bom tempo e carrega bem o filme. Ficção científica despretenciosa e agradável, sem grandes surpresas, mas bem realizado. Mas fico bestificado com a cena da queda do avião, em aparente plano-sequência. Muito bom.
E sério que você achou Valsa com Bashir desorganizado? O filme conseguiu me prender e é bastante melancólico que o próprio diretor se abra tanto num filme tão pessoal. A fotografia, mesmo por se tratar de uma animação, é sensacional. E as cenas finais são um choque, mas me parecem necessárias.
gostei muito da sua opnião sobre Valsa com Bashir
embora a minha opnião sobre o filme seja positiva, eu concordo que ele está longe de ser perfeito, mas tme seus bons momentos
eu aplaudo ocê por defender uma idéia, da qual eu também concordo, de que animações adultas tendem a ser super-valorizadas em relação as outras, foi o mesmo com Persépolis e parece que está sendo com o novo O Fantástico Sr. Raposo
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