2 horas! 2 horas! 2 horas! Eu gastei 2 horas da minha vida assistindo a Lua Nova, sequência da saga de sucesso Crepúsculo. O resultado? Foi ter assistido a um dos piores filmes do ano. Sem exageros. É muito, mas muito ruim. Se o filme anterior já não era bom, mas contava com um ou dois momentos - mais pela direção segura de Catherine Hardwick do que pelo resto -, este Lua Nova é fraquíssimo em todos os quesitos. Não há uma cena que salve essa produção.
Eu tentei ler as primeiras páginas de Crepúsculo, mas desisti antes de chegar na metade, de tão fraca que é a história e de tão frágeis que os personagens são. Rasos, os únicos que despertavam certo interesse era a família índio-lobisomem. De resto, nem mesmo a família vampiríca de Edward se salvava. E é ao tentar se aprofundar na mitologia que este Lua Nova erra, e feio. Em primeiro, porque a história em si é muito ruim; em segundo, porque o filme acaba testando a nossa inteligência o tempo todo; em terceiro é que ele se leva a sério; e finalmente, a direção de Chris Weitz é de uma incompetência colossal.
O roteiro é muito mal-escrito, com diálogos clichês que chegam ao extremo, principalmente vindo da boca d Edward quando se declara a Bella. E o jeito que ele resolve terminar o namoro com a garota é muito, mas muito engraçado - já fizeram a mesma coisa que ele uma dúzia de vezes no cinema. Pior mesmo é o sonho de Bella no início, ou quando Edward dá uma de Gasparzinho ao longo da projeção, mas eis que chegamos ao meu diálogo preferido do longa, que é quando Jacob explica a Bella que eles devem se separar, chegando a iniciar com um "não é você...". Mas há algo pior, como as tentativas de humor com o amigo de Bella vomitando após algumas cenas de um filme de ação...
E o filme se leva a sério. Os diálogos todos, as cenas todas, não são uma piada. Lua Nova se sai melhor justamente se fosse um filme de humor - imagine uma junção de todos os filmes a quais você já assistiu na sessão da tarde. E nem o elenco salva: Robert Pattinson é muito engraçado, porque ele quer ser um galã a todo o custo, mas suas faces são hilárias; Kristen Stewart, apesar de muito bonita, constrói a sua Bella como se ela tivesse na pré-adolescência, paranóica e muito chata - eu não conseguiria ser seu amigo - e ainda tem cenas ridículas dela querendo ação, adrenalina, ããã...; ah sim, tem o Taylor Latuner como Jacob, que está razoável. Michael Sheen e Dakota Fanning interpretam os personagens mais interessantes de Crepúsculo, até agora. O resto não tem importância.
Chegamos então àquele que é o maior problema de Lua Nova: a direção de Chris Weitz. Tudo errado. Há muito uso da câmera lenta no filme, desde as cenas de ação (constrangedoras) até um simples andar de Edward (como no início). Weitz entrega uma direção amadora, digna dos péssimos efeitos visuais do longa - já passamos dos anos 90, não?
Enfim, Lua Nova se torna um filme irritante. Mas é entendível o por quê de Crepúsculo ser tão adorado pelas jovens pré-adolescentes: é diferente e icentiva a leitura - por mais que a leitura seja de péssima qualidade, já é um começo. É um fenômeno como foi Harry Potter, mas em menores proporções - e bem pior. A impressão que dá nessas 2 horas de filme é que Lua Nova foi feito às pressas e isso nunca é bom quando se trata de cinema.
The Twilight Saga: New Moon, 2009
Direção: Chris Weitz. Roteiro Adaptado: Melissa Rosenberg. Elenco: Kristen Stewart, Robert Pattinson, Taylor Lautner, Michael Sheen, Dakota Faning, Ashley Greene, Peter Facinelli, Elizabeth Reaser, Kellan Lutz, Nikki Reed, Jackson Rathbone, Bronson Pelletier, Alex Meraz, Kiowa Gordon, Billy Burke, Chaske Spencer, Edi Gathegi, Rachelle Lefevre, Christopher Heyerdahl, Charlie Bewley, Daniel Cudmore, Graham Greene, Anna Kendrick, Michael Welch, Christian Serratos, Gil Birmingham, Brenna Roth, Noot Seer, Jamie Campbell Bower e Justin Chon.