Che 2: A Guerrilha dá um salto temporal de seis anos desde os acontecimentos da primeira parte. Che agora se encontra na Bolívia, liderando outra guerrilha, contando com a ajuda de alguns cubano. O que fica evidente nesta segunda parte é a de como a figura heroíca de Che é descontruída aos poucos, tornando-se um homem até em certo ponto egoísta com suas ideias. E é nesse ponto que Sohderbergh acerta mais do que em O Argentino. Che é um homem egoísta, que só se importa com seus ideais, não hesitante nem em roubar comida de uma pobre velhinha. Claro que também vemos aquele lado mais humano do personagem, como suas consultas médicas locais, e é por isso que Del Toro é tão importante para a cinebiografia.
Ele consegue construir, com cuidado, o seu Che Guevara.A sua visão para o guerrilheiro. Outro que merece destaque é Demián Bichir pela sua construção de Fidel Castro - até mesmo a voz enjoada -, o ator sempre consegue roubar um pouco das poucas cenas em que aparece nas duas partes da cinebiografia. Diferente de Rodrigo Santoro, por exemplo, que foi prejudicado pelo rotiero nas duas partes, como Raúl Castro. Ah sim, Matt Damon faz uma pequena participação como um padre.
No final, o resultado é semelhante a de O Argentino, apenas bom, nada mais. Ainda que não tenha sido uma experiência cinematográfica fascinante, foi ao menos interessante assistir a mais de quatro horas sobre Che Guevara. Pena que não é nada memorável.
Che 2: A Guerrilha
Che: Part Two, 2008
Direção: Steven Sohderbergh. Roteiro Adaptado: Peter Buchman. Elenco: Benício Del Toro, Demián Bichir, Rodrigo Santoro, Santiago Cabrera, Kahlil Mendez, Jorge Perugorria, Norman Santiago, Franka Potente e Cristian Mercado.