quarta-feira, 20 de maio de 2009

star trek: viagem extraordinária

Jornada nas Estrelas foi um verdadeiro ícone televisisivo e um fenômeno mundial, tendo fãs tão ou mais fieis que George Lucas com seu Star Wars; em suma, filmar um novo filme baseado na série, enfretando membros xiitas e ainda tendo que fazer algo para agradar a todos, fãs ou não, é o maior desafio que um diretor pode ter. Para isso, contratou-se J. J. Abrams, o criador da série Lost, roteirista de Armageddon e diretor do Missão: Impossível 3.

Se por um lado a inteligência de Lost e a habilidade da direção de Missão: Impossível 3 ainda contem pontos a favor, a artificialidade do péssimo roteiro de Armageddon é constrangedora. Por que confiar uma missão para J. J. Abrams? O que ele tem de diferente do que outro profissional ligado ao cinema - todos têm uma carreira com pontos baixos e altos. O que difere ele de qualquer outra pessoa? Nada. Porém, J. J Abrams é J. J. Abrams, isso já basta.

Primeiro, Abrams teve que reconhecer que não dá para fazer um Jornada nas Estrelas de antigamente, ele tem que inovar, fazer uma mudança radical em tudo. Porém, sem esquecer da mitologia da série, e conseguiu. Ele conseguiu filmar uma produção não só para os fãs, mas para qualquer leigo que, assim como eu, jamais havia visto um episódio da série antes de ir ao cinema.

E nunca eu fiquei com tanta vontade de assistir a uma série antiga como estou agora, e isso não se deve apenas a Abrams, mas como o maravilhoso elenco exibir um carisma invejáve, encarnando seus personagens com tanta irreverência que a curiosidade para ver se eles foram ou não fieis a composição é invevitável. Chris Pine e Zachary Quinto atuam em cada cena como se tivessem nascido para interpretar Kirk e Spock. Ainda sobra para o elenco secundário dar um show à parte: Karl Urban jamais esteve tão dedicado a um papel; Simon Pegg é, sem dúvidas, um dos mais talentosos comediantes que a Inglaterra exportou; Zoe Saldana está linda como Uhura; John Cho entrega Sulu um dos caras mais legais de Star Trek; e, por fim, Anton Yelch diverte como Pavel Chevok.

No entanto, os fãs vão poder sentir nostalgia ao encontrar Leonard Nimoy como o Spock do futuro. E é nessa maravilhosa ponta do ator que podemos sentir o coração e a alma do longa de Abrams. Não é um recomeço da série, apesar de mostrar todos os principais personagens no início da jornada e de como se conheceram; e também não é um filme repleto de nostalgia - aliás, o que Abrams fez de melhor foi evitar referências atrás de referências. É um projeto do diretor, uma homenagem dele mesmo ao que representou Star Trek em suas décadas douradas. De fã para fã. De leigo para leigo. Star Trek é mais uma fantástica produção que eu tive a oportunidade de assistir no cinema.

Nada de Império contra República. Ou até mesmo de balas com curvas. Nem mesmo de super-heróis. É a tripulação da Enterprise e eles estão vindo, mais rápido do que nunca. Quem diria que eu finalmente me arriscaria a ver Jornada nas Estrelas, depois de tantos anos evitando-a? Talvez a intenção do longa de Abrams seja exatamente essa: inspirar as pessoas. Nada de violência a cada cinco minutos, naves explodindo a cada dez, é simplesmente trabalhar direitinho uma história e construindo personagens. J. J. conseguiu de novo.

P.S.: Detalhe para a fabulosa direção de arte, oe empolgantes efeitos visuais e a ótima - como de praxe - trilha-sonora de Michael Giacchino.

Star Trek
2009
Direção: J. J. Abrams. Roteiro Adaptado: Alex Kurtzman e Roberto Oci. Elenco: Chris Pine, Zachary Quinto, Leonard Nimoy, Eric Bana, Bruce Greenwood, Karl Urban, Zoe Saldana, John Cho, Anton Yelchin, Simon Pegg, Wynona Ryder, Ben Cross, Chris Hemsworth e Jennifer Morrison.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

X-Men Origens: Wolverine - A Tentativa Frustrada

Wolverine sempre foi um dos personagens mais completos de histórias em quadrinhos. Tinha um arco inicial que sempre culminava com algo de seu passado ou de sua trajetória para se tornar o mutante-chave do segundo longa dos X-Men. Quando apareceu pela primeira vez no grupo comandado pelo professor Charles Xavier, no início dos anos 2000, foi surpreendentemente bem desenvolvido pelo ator, Hugh Jackman.

Jackman, aliás, se divertiu encarnando Wolverine e logo já estava em duas seqüências. Sempre bem recebido por fãs e público, não demorou muito para que ele ganhasse um filme do personagem. O receio que todos tinham, de que a história fosse mal contada, de que não tivessem alguém que desenvolvesse o filme tão bem quanto Synger ou qualquer outro diretor, aconteceu. Dito isso, esse Origens é mais uim filme muito, mas muito mediano de histórias em quadrinhos, um daqueles que não tem absolutamente nada a dizer.

Em primeiro lugar, X-Men: Origens conta com uma montagem extremamente irregular e uma estrutura típica de qualquer filme, o que já se mostra inadequado nos créditos iniciais - aquelas paradas para revelar o nome dos atores é ridícula. Apesar de ser muito interessante ver Victor e Logan passando por entre as guerras, podiam ter desenvolvido um pouco mais a dinâmica entre os dois, já que nem somos apresentados direito aos mutantes que vem logo em seguida.

No elenco, a escolha é eficaz: Hugh Jackman ainda se diverte com Wolverine, mostrando que o personagem e ele se entendem; Ryan Reynolds em uma participação pequena, mas muito boa revela-se um dos personagens mais interessantes do filme - e que sempre foi um dos meus favoritos dos quadrinhos: Wade; Dominic Monaghan é prejudicado pelo roteiro; enquanto Will.i.am não tem o por que de estar ali; e Danny Houston faz um vilão de calibre tão ameaçador e complexo quanto o de Bryan Cox no X-Men 2. E Taylor Kitsch é um dos personagens mais legais do filme.

Enquanto isso, Liev Shcreiber fica como o destaque do longa. O vilão Dentes-de-Sabre ganhou finalmente uma versão digna de reconhecimento. Um personagem tão complexo que mereceu cada tempo na tela que ganhou, também graças a Schreiber que aproveitava cada minuto de projeção.

A direção de Gavin Hood também não ajudou muito. As lutas são artificiais e os efeitos bem mal-acabados. Além do mais, o principal problema é mesmo o roteiro, escrito a duas mãos. Se tivesse sido estruturado de uma maneira melhor, poderia ter dado continuidade a uma saga tão ou mais elaborada quanto a trilogia X-Men nos cinemas. Wolverine não ganhou uma versão muito justa para o cinema, mas ele tem todas as qualidades nos filmes do X-Men, e é assim que deve permanecer por enquanto.

X-Men Origens: Wolverine
X-Men Origins: Wolverine, 2009
Direção: Gavin Hood. Roteiro Adaptado: David Benioff. Elenco: Hugh Jackman, Liev Schreiber, Danny Houston, Ryan Reynolds, Dominic Monaghan, Will.i.am, Kevin Durand, Taylor Kitsch, Lynn Collins, Daniel Henney, Tim Pocock, Troye Sivan, Michael-James Olsen e Patrick Stewart.